O CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de Araguaína divulgou um relatório parcial do número de casos de dengue, zika e chikungunya registrados na cidade este ano, alertando para o aumento no número de pessoas infectadas. De acordo com o relatório, de 1º de janeiro a 25 maio deste ano, antes do fechamento do número mensal de casos, o município já registrou 431 casos confirmados de dengue, o que representa um aumento de 69% em relação aos meses de janeiro a maio de 2020, quando o município contabilizou 255 casos confirmados.
De acordo com o superintendente de Vigilância em Saúde do Município, Eduardo Freitas, mais de 70% dos focos do mosquito encontrados pelos agentes do CCZ estavam em residências, o que tem dificultado o combate ao mosquito.
“Infelizmente este aumento no número de casos de dengue em Araguaína pode estar diretamente ligado a falta de cuidados básicos que devem ser tomados pela população. Estamos vivendo um momento de pandemia de covid-19, mas não podemos relaxar no combate de outras doenças como a dengue que também pode levar à morte”, explicou Eduardo Freitas.
Sinais de alarme
Nos primeiros cinco meses deste ano, a cidade também já ultrapassou a quantidade de casos suspeitos registrados em Araguaína durante todo o ano passado. Em 2020, foram 770 notificações de janeiro a dezembro, já em 2021 o CCZ recebeu até agora 787 notificações de casos suspeitos de dengue.
O relatório também aponta um crescimento nos casos da doença entre a população com sinais de alarme, com 36 casos em Araguaína, representando um aumento de 64% se comparado ao mesmo período de 2020, quando as unidades de saúde receberam 22 pacientes com sintomas como dores abdominais, vômitos persistentes e hemorragia.
“A maioria dos sinais de alarme é resultado da piora do caso clínico do paciente, podendo levar à hospitalização e até à morte. Em Araguaína os tipos de dengue em circulação têm maior tendência a agravamento, por isso devemos entender esse crescimento no número de casos como um sinal de alerta e precisamos da colaboração de todos”, disse a coordenadora das arboviroses do CCZ, Mariana Parente.
Cuidados contra o mosquito
Além da dengue, o mosquito Aedes Aegypti é transmissor do Zika vírus e da chikungunya que também tiveram um crescimento no número de casos em 2021. Em Araguaína o número de casos de zica que zerou em 2020, este ano já infectou 5 entre janeiro e maio deste ano.
Quanto aos casos de Chikungunya o aumento foi de 133%, passando de 3 casos em 2020, para 7 casos em 2021. Para intensificar o combate ao mosquito o CCZ está utilizando o carro fumacê nos bairros com o maior número de casos registrados ou com o maior número de focos do mosquito encontrados.
A ação está sendo realizada em duas etapas alcançando 43 bairros de Araguaína, entre os dias 12 de abril a 8 de maio na primeira etapa e a segunda etapa de 21 a 29 de maio. Para garantir a eficácia da ação o CCZ orienta que os moradores abram janelas e portas para maior eficiência do produto contra o mosquito.
Os setores que estão recebendo o combate com o carro fumacê nesta segunda etapa são: Lago Azul 1, Setor Carajás, Senador, Lago Azul 4, Costa Esmeralda, São Miguel, Setor Oeste, Anhanguera, Coimbra, Tereza Hilário Ribeiro, Vila Azul, Vila Ribeiro, Jardim Paulista, Céu Azul, Jd. Palmeiras, Parque do Lago, Morada do Sol, Setor Planalto, Residencial Flamboyant, Universitário e Vila Goiás.
Recolhimento de pneus
Outra ação realizada duas vezes por semana nos bairros é o recolhimento de pneus descartados irregularmente em terrenos baldios e residências. “Os pneus podem acumular água e se tornar um criadouro perfeito para o mosquito”, afirmou o supervisor de equipe do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), Antônio Marcos de Moura.
A coleta é feita pelos agentes de endemias e os pneus são levados para o Ecoponto Municipal, localizado no Daiara (Distrito Agroindustrial de Araguaína), local de descarte regular desse material no município.