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Aplicativo de prevenção de incêndios alcança 1.286 propriedades em 23 municípios do Tocantins

 


Com melhorias a cada edição do projeto Foco no Fogo, o aplicativo desenvolvido pelo Centro de Monitoramento Ambiental e Manejo do Fogo (Cemaf) da Universidade Federal do Tocantins (UFT), campus de Gurupi, neste ano, registra mais detalhes sobre as condições encontradas nas propriedades rurais visitadas pela comitiva que realiza a ação de prevenção às queimadas ilegais e incêndios florestais no Estado. Nesta quinta-feira, 23, o aplicativo de Registro de Visita de Conscientização e Prevenção de Incêndios Florestais (RECPREV) alcançou a marca de 1.286 propriedades visitadas em 23 municípios, que equivale a 38,33% dos 60 municípios previstos na meta de visitas da edição 2022 do projeto.

 

O engenheiro Florestal, coordenador da Cemaf e professor da UFT/Gurupi, Marcos Giongo, conta que o aplicativo RECPREV ganhou campos para hospedar detalhes sobre as áreas visitadas. “Iniciamos o uso desse aplicativo em 2018, então estamos no quinto ano de registro. A cada edição realizamos ajustes e melhorias para atender as demandas da ação. Hoje, o aplicativo oferece a soma das propriedades visitadas, dos municípios e gera mapas das áreas percorridas pelo projeto Foco no Fogo. A versão atual ganhou campos para detalhar dados sobre a propriedade rural visitada, além da sua localização, que oferece uma descrição do cenário encontrado na área e a identificação do proprietário”, resumiu o coordenador.

Sem acesso público, Marcos Giongo esclareceu que, por motivos de segurança, é mantido o acesso restrito do aplicativo RECPREV para os técnicos das equipes institucionais, que compõem a comitiva do Foco no Fogo e do Comitê Estadual de Prevenção e Controle às Queimadas e Combate aos Incêndios Florestais (Comitê do Fogo).

 

Giongo salientou que os relatórios têm dados mantidos sob sigilo, como informações pessoais. Já os dados a respeito do cenário encontrado na área visitada são somados, comparados aos anos anteriores e analisados para avaliação da melhoria ou carência de conscientização, que pode auxiliar na definição das rotas e ações de prevenção necessárias, no planejamento da próxima edição do projeto.

 

A diretora de Educação Ambiental para Sustentabilidade da Semarh, Erliette Gadotti, destaca a importância do aplicativo para o Foco no Fogo. “O aplicativo é uma ferramenta indispensável para a ação, uma vez que, através dele podemos ter as localizações exatas, por onde percorremos, bem como a somatória das propriedades visitadas pelo projeto”, avaliou a diretora.

 

Até o momento, já foram percorridas propriedades rurais nos municípios de Aparecido do Rio negro, Brejinho do Nazaré, Chapada de Areia, Cristalândia, Crixás, Formoso do Araguaia, Lagoa da Confusão, Lajeado, Miracema, Miranorte, Monte  do Carmo, Novo Acordo, Palmas, Paraíso do Tocantins, Paranã, Pium, Ponte Alta do Tocantins, Porto Nacional, Sandolândia, Santa Fé do Araguaia, Taquaraçu e Xambioá.

Conscientização

 

O zootecnista de Araguanã, Geraldo Moreira Alves Neto considera importante o envolvimento de todos. “É importante ter cuidado com o fogo no período de estiagem. Se todo mundo estiver envolvido, torna possível evitar prejuízos tanto para a vegetação nas propriedades rurais, como para os animais e a população. Os ventos nessa região são fortes e tem o risco de ocasionar o fogo descontrolado, então a conscientização chega, no momento certo”, afirma Geraldo Neto.

 

Para o pecuarista do município de Araguanã, Fábio Cristiano dos Santos, a ação era necessária na região. “Faltava bastante, esse trabalho da prevenção através da conscientização, na nossa região, para ajudar no combate dos incêndios florestais. A parceria entre os proprietários rurais e as instituições que realizam essa ação ajuda a atravessar os desafios desse período”, reforçou Fábio Santos. 

 

Segundo o vaqueiro de Santa Fé do Araguaia, Wellington Gomes do Nascimento, que acompanha a equipe do projeto, a atualização das orientações e conscientização da população oferece vantagens na prevenção às queimadas do município.

 

Já o lavrador, também de Santa Fé do Araguaia, Valdomiro Correia dos Santos, conta que tem 81 anos de idade e continua atuante na profissão. O senhor Valdomiro afirma que se sente agradecido, com o trabalho de prevenção e diz com orgulho, que na propriedade não tem registro da entrada de fogo descontrolado.

 

Aplicativo

 

Segundo o coordenador do Cemaf, a demanda de desenvolvimento do aplicativo RECPREV surgiu dentro do próprio Comitê do Fogo, como ferramenta avaliação espacial, para identificar a efetividade das ações que buscam contribuir com o processo nas etapas de prevenção, controle, monitoramento e combate às queimadas ilegais e incêndios florestais no Tocantins, a partir da análise de dados mais robustos e sistematizados das áreas visitadas, da atuação institucional e do comprometimento da população de cada localidade.

 

O RECPREV, lançado em 2018, foi desenvolvido na plataforma ODK Collect. O aplicativo tinha um formulário mais simples e, a cada edição, foram inseridos novos campos, para compreender o comportamento do fogo, além da melhoria visual que torna mais fácil o acesso e a utilização da ferramenta.

 

Foco no Fogo

 

As equipes da Semarh e instituições que compõem o Comitê do Fogo seguem com as visitas e ações preventivas do Projeto Foco no Fogo desta semana. A comitiva conta com a conjunção de esforços do Corpo de Bombeiros Militar (CBMTO), Defesa Civil do Tocantins, Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama-Prevfogo), Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), Departamento de Trânsito do Tocantins (Detran-TO), Exército Brasileiro e Energisa Tocantins – Distribuidora de Energia S.A.

 

O programa Foco no Fogo, lançado em 2020, tem o objetivo de conscientizar a população sobre os riscos e prejuízos causados pelas queimadas irregulares, bem como pelos incêndios florestais, tanto para o meio ambiente, quanto para a saúde da população. Essa ação é uma iniciativa da Semarh, que conta com a adesão de instituições membros do Comitê do Fogo.

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