A retirada dos últimos veículos presos na parte remanescente da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), ocorreu na manhã desta quinta-feira, 23. Entre os veículos removidos estavam caminhões e um carro de passeio que havia ficado preso em uma fenda da estrutura. A ponte desabou no dia 22 de dezembro de 2024, deixando 14 mortos e três desaparecidos.
Os trabalhos de remoção foram viabilizados após o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) aterrar o encabeçamento da ponte e aplicar Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ) para permitir o acesso de veículos. Entre os veículos removidos, estava o carro de Laís Lucena, que, junto com o esposo e a cunhada, presenciou o colapso da ponte. “O carro enganchou em uma rachadura e não conseguimos dar ré. Foi um milagre termos sobrevivido”, contou Laís.
A demolição das estruturas remanescentes está programada para o dia 2 de fevereiro. Técnicos do DNIT já iniciaram as perfurações para instalação dos explosivos que serão utilizados na implosão. Segundo o Ministro dos Transportes, Renan Filho, a demolição é essencial para iniciar a construção de uma nova ponte no local.
No desabamento, três motos, um carro, duas caminhonetes e quatro caminhões caíram no Rio Tocantins. Entre os caminhões, dois transportavam 76 toneladas de ácido sulfúrico e outro carregava 22 mil litros de defensivos agrícolas. A causa do colapso segue sendo investigada pelo DNIT e pela Polícia Federal.
Equipes de busca ainda procuram os corpos de Salmon Alves Santos (65 anos), Felipe Giuvannuci Ribeiro (10 anos) e Gessimar Ferreira da Costa (38 anos), desaparecidos desde o acidente. Segundo os bombeiros, os mergulhos estão suspensos temporariamente devido à abertura das comportas da Usina Hidrelétrica de Estreito.
Enquanto a ponte não é reconstruída, foi contratada a empresa PIPES Empreendimentos LTDA para operar balsas na travessia do Rio Tocantins. Apesar da publicação oficial do contrato no dia 10 de janeiro, as balsas ainda não começaram a operar, gerando transtornos para moradores e motoristas.
Além disso, o tráfego alternativo pela rodovia tem causado desgaste nas estradas próximas. O governo estadual e o Ministério dos Transportes discutem um convênio para manutenção das vias utilizadas como rotas de desvio.
Vítimas do Desabamento
O colapso resultou em uma tragédia de grande escala. Entre as 14 vítimas fatais, estavam motoristas de caminhão, moradores locais e três pessoas de uma mesma família. Veja os nomes confirmados:
- Lorranny Sidrone de Jesus (11 anos)
- Kecio Francisco Santos Lopes (42 anos)
- Andreia Maria de Souza (45 anos)
- Lorena Ribeiro Rodrigues (25 anos)
- Anisio Padilha Soares (43 anos)
- Silvana dos Santos Rocha Soares (53 anos)
- Elisangela Santos das Chagas (50 anos)
- Ailson Gomes Carneiro (57 anos)
- Rosimarina da Silva Carvalho (48 anos)
- Cássia de Sousa Tavares (34 anos)
- Cecília Tavares Rodrigues (3 anos)
- Beroaldo dos Santos (56 anos)
- Alessandra do Socorro Ribeiro (40 anos)
- Marçon Gley Ferreira