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Após polêmica, trote vira alvo de protesto e debate na UFT

O Centro Acadêmico de Nutrição da Universidade Federal do Tocantins – CANUT-UFT divulgou pelas redes sociais que nesta segunda-feira, 07, acontece uma manifestação contra o último trote promovido pela Atlética Marrenta do curso de Engenharia Civil. “Diante dos últimos acontecimentos machistas, homofóbicos, sexistas e preconceituosos que envolveram entidades da nossa Universidade, o CANUT-UFT convida todxs para uma manifestação amanhã (07/08/2017) às 14h no anfiteatro (bloco D), e posteriormente para um debate sobre os temas”, diz nota do Centro Acadêmico.

 

Na nota, a entidade afirma que a Universidade possui o papel de formar profissionais íntegros, com ética e moral. “Desta forma, concordamos que as entidades estudantis por representarem uma gama de alunos, devem dar o exemplo”, informa.

 

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Participam do ato todas as entidades, assim como os discentes, docentes, técnicos e demais servidores da Universidade Federal do Tocantins.

 

Itria Alessandra é estudante de Jornalismo, faz parte da Marcha Mundial das Mulheres e afirma que enquanto mulher feminista está nessa luta: “Faremos um protesto para repudiar pessoalmente, para ter mais visibilidade e mostrar que nós mulheres acadêmicas somos cientes do nosso papel social e queremos igualdade de gênero”, disse.

 

O Caso

 

Na última quinta-feira, 03, a Atlética Marrenta promoveu um trote onde os calouros teriam que fazer juramentos considerados machistas, homofóbicos, sexistas e preconceituosos dentro da universidade. Um vídeo publicado nas redes sociais mostrou que o juramento fazia referências às mulheres como “dar em cima das gostosas da nutrição”, numa possível incitação a assédio contra alunas do curso. Os novatos tiveram que dizer ainda que são ” filhos de mãe safada e pai desconhecido”.

 

Em nota, o CANUT afirma que: “Acreditamos que estes tipos de trotes são abusivos, humilhantes, violentos e opressivos sendo feitos dentro ou fora da universidade. Somos contra ações que degradam a imagem das mulheres às colocando em caráter sexual e de submissão, lutamos por uma sociedade justa onde possamos ser tratadas com respeito, dignidade e de forma igualitária”.

 

Repercussão

 

O Centro Acadêmico de Enfermagem – CAENF também lançou uma nota de repúdio em apoio ao CANUT: “O curso de Enfermagem possui uma estreita relação com o curso de Nutrição, que foi citado durante o juramento do trote, e sente-se igualmente ofendido. Independentemente do local onde tal ação repugnante foi realizada, não podemos deixar de discutir o que ela significa e como perpetua uma cultura de estupro, infelizmente tão presente em nossa sociedade. O CAEnf/UFT se solidariza com todas as mulheres de nutrição, com todas as mulheres que se sentiram ofendidas por tais palavras, e com os demais cursos citados no juramento”.

 

A Kizomba Lilás, que é o setor feminista do coletivo Kizomba, declarou publicamente seu repúdio ao trote. “A nota emitida pelo coletivo, afirma que:” É inadmissível que ainda seja visto como brincadeira e diversão a violência contra a mulher. “Também, é inconcebível o silêncio perante um discurso absurdamente degradante, violento e opressor às mulheres.”

 

Texto: Colaborou Hellen Maciel

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