A Secretaria de Estado da Saúde (SES) está se mobilizando para fazer ações integradas com outros órgãos após a confirmação do primeiro caso de febre do Nilo Ocidental em humanos no Tocantins. O paciente diagnosticado é um adolescente de 16 anos, morador de um assentamento em Caseara, no oeste do estado, que está internado há cerca de 30 dias na UTI do Hospital Geral de Palmas (HGP) junto com o irmão de 11 anos, que apresenta os mesmos sintomas.
Nos próximos dias, equipes serão enviadas para a região de Caseara para fazer uma espécie de varredura pela zona rural. Os técnicos deverão coletar mosquitos e verificar se existem aves silvestres mortas na região, ou se outros moradores apresentaram sintomas da doença. A ação deve ser realizada de forma conjunta com a Agência de Defesa Agropecuária (Adapec), Secretaria do Meio Ambiente e a Prefeitura de Caseara.
De acordo com Anderson Bandeira, médico veterinário da SES, a intenção é que essa investigação seja realizada no local. “Até voltar nas áreas específicas rurais onde aconteceu e a investigação mais detalhada em possíveis novos casos humanos, e a gente poder discutir com a investigação epidemiológica, para poder ver se pode definir como caso suspeito ou não. Mas tem que ser com muito cuidado, com muita cautela para a gente não expor algo negativo. Esse alinhamento tem que ser feito com o Ministério da Saúde”, explicou durante entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira, 11.
Os irmãos começaram a passar mal no início do mês de abril e foram encaminhados para o Hospital Regional de Paraíso do Tocantins. Em seguida, transferidos para o HGP. Eles deram entrada com sintomas de febre e confusão mental. O diagnóstico do adolescente ocorreu nesta quarta-feira, 10, após o resultado dos exames laboratoriais feitos no Instituto Evandro Chagas, em Belém. No caso do menino de 11 anos, novas amostras foram coletadas e enviadas para análise.
A Febre do Nilo Ocidental é uma doença febril aguda causada por um vírus que é transmitido principalmente pela picada de mosquitos do gênero culex, conhecido como pernilongo ou muriçoca. A doença pode apresentar forma leve, moderada ou grave. Nos primeiros casos, os sintomas podem se confundir com os da dengue e zika, como febre aguda de início abrupto, frequentemente acompanhada de mal-estar, náusea, vômito, manchas vermelhas na pele, dores nos olhos, cabeça e muscular. Na forma grave, em até 14 dias após a picada do mosquito, a pessoa pode desenvolver encefalite, uma inflamação no cérebro, meningite e síndrome de Guillain-barré, que afeta o sistema nervoso. O paciente pode apresentar, neste caso, rigidez na nuca, desorientação, tremores, fraqueza muscular e paralisia. Em alguns casos a doença pode levar a morte.