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Após repercussão, decisão da Justiça determina que homem deve apagar vídeo em que ataca comunidade LGBTQIAPN+ em shopping da Capital

Por Gazeta do Cerrado

Após repercussão de um vídeo devido a instalação de uma vaga exclusiva para pessoas neurodiversas em um shopping de Palmas, onde um cidadão deferiu ataques homofóbicos a comunidade LGBTQIAPN+, o estabelecimento conseguiu por meio de decisão judicial que o homem apague o conteúdo das redes sociais.

“DEFIRO a tutela provisória de urgência, para o fim de DETERMINAR ao requerido que remova, imediatamente, o conteúdo postado em suas redes sociais que mencionem o requerente, bem como que o requerido se abstenha de veicular a mesma postagem ou qualquer tipo de manifestação que ofenda a honra da autora”, diz o documento assinado pelo juiz da 2ª Vara Civel de Palmas, José Maria Lima.

O vídeo divulgado nas redes sociais mostrando um homem indignado com a vaga viralizou na internet e foi parar até no perfil de fofoca Choquei.

Na gravação, além dele desrespeitar as pessoas para qual a vaga no estacionamento é destinada, ainda ‘distribui’ discurso de ódio e LGBTfobia gratuita.

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“Olha aqui… Ao vivo, já tem a vaga para pessoas neurodiversas, ou seja, a pessoa pode ser gay, lésbica, sapatão, a desgraça que tiver aqui em Palmas. Já tá aqui em Palmas viu? Já tá aqui em Palmas isso aí, oh. Essa desgraça aqui oh. Isso é PT. PT que faz essa miséria aqui, essa desgraça”, disse indignado.

Caso a determinação seja descumprida, José Maria fixou multa diária no valor de R$200, até o limite de 100 dias-multa.

O que são pessoas neurodiversas/neurodivergentes

Segundo o Instituto Brasileiro de Neurodesenvolvimento (IBND), pessoas “autodenominadas “neurodiversos” consideram-se “neurologicamente diferentes”, ou “neuroatípicos”. Pessoas diagnosticadas com autismo, e mais especificamente portadores de formas mais brandas do transtorno, os chamados autistas de “alto funcionamento” frequentemente diagnosticados com a síndrome de Asperger, são a força motriz por trás do movimento. Para eles, o autismo não é uma doença, mas uma parte constitutiva do que eles são. Procurar uma cura implica assumir que o autismo é uma doença, não uma “nova categoria de diferença humana”.

Além de pessoas autistas,  se enquadram também na definição de neurodivergentes pessoas com dislexia, ou transtorno de déficit de atenção e até mesmo transtornos psicológicos, como o transtorno dissociativo de identidade, por exemplo.

O que diz o Palmas Shopping

Como forma de conscientização, o Palmas Shopping, realiza nesta sexta-feira, dia 24, às 16 horas, no estacionamento da porta A, uma ação sobre pessoas neurodiversas.

“Na tarde da última quinta-feira, dia 23, um vídeo foi gravado no estacionamento do shopping, por um homem mostrando como a falta de informação pode gerar confusão e até mesmo revolta na população por não saber o conceito da vaga que procura trazer um novo entendimento sobre condições como autismo, TDAH e dislexia”, disse a administração do estabelecimento em nota.

O Palmas shopping ainda reitera que estas diferenças de neurocognição não devem serem vistas como “déficits”, “distúrbios” e “deficiências”. Elas são, acima de tudo, parte da diversidade humana.
Repudiamos todo o tipo de preconceito.

A empresa ainda informou que já foi realizado um boletim de ocorrência; todas as medidas judiciais também foram tomadas para que fatos como esse citado acima, não prosperem!

Assista a polêmica gravação:

 

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