Um novo estudo demonstrou mais um possível resultado do aquecimento global. Quase um bilhão de pessoas podem passar a correr risco de pegar doenças tropicais — como dengue e zika —, uma vez que mudanças climáticas estão aumentando a variedade de mosquitos dispersos no mundo, de acordo com estudo do Instituto de Patógenos Emergentes, na Flórida (EUA).
Como o ciclo de vida dos insetos é sensível à temperatura, os cientistas estão preocupados em como os mosquitos podem se dispersar à medida que o mundo continua a se aquecer.
No cenário mais extremo, — de um acréscimo de 4 graus Celsius na temperatura até 2080 — algumas espécies de mosquitos portadores de doenças tropicais encontradas atualmente apenas no sul dos EUA e no sul da Europa poderiam expandir seu alcance até o norte do Alasca, norte da Finlândia e até o norte do Círculo Polar Ártico.
“É bastante chocante”, disse Sadie Ryan, ecologista de doenças do instituto, ao Grist.
Somente na Europa, o número de pessoas expostas aos mosquitos transmissores da dengue, Aedes egypti e Aedes albopictus, pode dobrar nos próximos 30 anos.
Em regiões quentes como o Caribe, a África Ocidental e o Sudeste Asiático, a incidência de doenças tropicais pode diminuir à medida que esses climas podem se tornam tão quentes que “excederão os limites térmicos superiores de transmissão”. Em outras palavras: ficará muito quente para os mosquitos transportarem, efetivamente, a dengue.
A malária, que não foi considerada neste estudo, já afeta quase metade da população mundial, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), matando mais de 400 mil pessoas por ano. A doença é uma das principais causas de morte de crianças na África.
Estudos anteriores mostraram que centenas de milhões de pessoas podem ser expostas à malária até o final do século. O patógeno pode ser transportado por diferentes espécies de mosquitos. A dengue é uma das doenças tropicais mais comuns do mundo, mas é menos mortal do que a malária.
Fonte: Época Negócios