O mês de julho deu início a uma série de ações, encontros e mobilizações na luta contra o racismo e na promoção da diversidade e inclusão que serão realizadas ao longo do segundo semestre em Araguaína. Em referência ao Julho das Pretas, a Prefeitura e o GRAADA (Grupo de Articulação para o Desenvolvimento de Ações Antirracistas) começaram o movimento com o 1º Ciclo In-formativo Antirracista – Araguaína Diz Não ao Racismo, promovido na UFNT (Universidade Federal do Norte do Tocantins).
“Nossa principal motivação é levar à sociedade araguainense a refletir quanto ao fato de que o racismo infelizmente ainda existe em nosso meio e que é algo que corrói a sociedade, uma vez que é inaceitável que um ser humano seja desmerecido ou excluído tendo como base a cor de sua pele”, disse a diretora interina de Políticas Públicas Setoriais da Secretaria da Assistência Social, Trabalho e Habitação, Rhaíssa da Rosa.
Apenas o começo
Nesse primeiro momento, todas as ações contínuas encabeçadas pelo Município terão o propósito de promover mais debates e reflexão sobre o tema. “É importante que a sociedade perceba o quanto o racismo é algo estrutural e a partir disso possamos nos permitir mudar e repensar atitudes a muito enraizadas em nosso cotidiano”, explicou a diretora.
Nos próximos meses, as ações serão realizadas juntos aos CRAS (Centros de Referência em Assistência Social), CREAS (Centro de Referência Especializado em Assistência Social) e demais órgãos públicos vinculados à Secretaria de Assistência Social, Trabalho e Habitação.
Em setembro, a previsão é fazer uma formação na Guarda Municipal de Araguaína com foco no racismo, tanto no sentido dos agentes sofrerem ações racistas quanto evitarem atitudes durante as abordagens. Em novembro, haverá um evento em praça pública marcando o encerramento do semestre de ações.
1º Ciclo In-formativo Antirracista
O encontro abordou o racismo e a diversidade étnico-racial em todas as esferas da sociedade e contou com a participação da Diretoria de Políticas Públicas Setoriais, da Diretoria de Proteção Social Básica e Diretoria de Proteção Social Especial do Município, professores da UFNT, psicólogos, antropólogos e representantes da NUAMAC (Núcleo Aplicado das Minorias e Ações Coletivas) da Defensoria Pública do Tocantins.
Um dos destaques das discussões foi o Julho das Pretas, que propõe uma agenda conjunta entre as organizações e movimentos de mulheres negras do Brasil que atuam pelo fortalecimento das ações políticas coletivas e autônomas em prol da causa.
O professor da UFNT e representante da GRAADA, Vinícius Gomes, considera que evento como esse são um ponto de partida fundamental para promover e ampliar os debates sobre o tema em todos os espaços públicos, divulgar com mais força as ações antirracismo realizadas pelos movimentos civis e levar mais informações à sociedade sobre como criar estratégias de enfrentamento.
“O primeiro efeito prático é o de sensibilizar os poderes Legislativo e Executivo para a construção instrumentos legais que auxiliem no enfrentamento das práticas racistas, além da proposição de criação do conselho municipal que discute a temática. Com isso, políticas públicas de médio e longo prazo serão possíveis de serem construídas nas áreas da saúde, segurança, educação, habitação, transporte, etc”, reforçou o professor.
Unidos contra o racismo
Todas as ações são articuladas pela Secretaria da Assistência Social e pelo GRAADA, que é formado pela ANCA (Associação Negra Cor de Araguaína), CEPIR (Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial), NEAF-UFNT (Núcleo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares da África e dos Afro-Brasileiros), Coletivo Julho das Pretas, ALAGBARA (Articulação de Mulheres Negras e Quilombolas do Tocantins), NEUZA (Núcleo de Pesquisa e Extensão em Saberes e Práticas Agroecológicas) e GPENCANTO (Grupo de Pesquisa em Religião e Cultura Popular no Tocantins).