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Araguaína: sindicância vai apurar morte de bebê de 10 meses após ser medicada em UPA

 Foto: Arquivo pessoal

Uma bebê de dez meses morreu em Araguaína, no norte do Tocantins, após receber atendimento e ser medicada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade. O caso chegou a ser registrado pela Polícia Militar após um início de confusão entre os parentes da criança e funcionários da unidade. Um boletim de ocorrência foi registrado na Polícia Civil e o Instituto Saúde e Cidadania (Isac), responsável pela unidade, abriu uma sindicância para apurar o caso.

Segundo a mãe, a criança deu entrada na UPA na madrugada de domingo (30) após apresentar fraqueza e dificuldade para respirar. Ela foi medicada por duas vezes e recebeu alta por volta das 4h. A família foi para casa e retornou à unidade no fim da manhã.

“Quando eu cheguei em casa estava do mesmo jeito, gemendo. Depois que ela deu a injeção a menina ficou pior […] Ela estava gemendo, chorando e sentindo uma dor, só gritando. Passei a noite acordada com ela, quando foi por volta de umas 10h ela começou vomitar e fui direto para a UPA. Entreguei ela para os médicos, acredito que estava desmaiada”, disse a mãe, uma adolescente de 17 anos.

A Polícia Militar informou que foi chamada na tarde de domingo (30) porque havia ocorrido um desentendimento entre a mãe de uma paciente da UPA e os enfermeiros. Depois a equipe seguiu até a delegacia de plantão, onde a mãe estava registrando o caso.

Segundo a PM, a jovem contou que havia levado a filha para atendimento médico na unidade, onde a bebê foi medicada e recebeu alta. Porém, não foram realizados exames e desde o período que saiu da UPA a criança não se alimentou, passou a vomitar e por isso voltaram a procurar atendimento médico durante a manhã. Logo em seguida, a mãe recebeu a notícia do óbito da bebê.

A mãe contou que a família ainda foi surpreendida ao ouvir da equipe da UPA que a menina supostamente teria morrido após sofrer violência. A PM afirmou que foi até o IML junto com o delegado plantonista e durante a necropsia, o médico legista confirmou que não havia sinais de violência na criança.

O Isac afirmou que devido às leis de proteção de dados e sigilo médico não pode comentar a informação de que a criança tenha sofrido violência. Afirmou ainda, que após o resultado do laudo da morte e da sindicância poderá voltar a se manifestar sobre o tema.

A PM informou ainda que foi colhido material do baço e fígado da bebê para realização de exames, a fim de verificar a causa da morte.

A Polícia Civil foi questionada sobre o caso e disse apenas que foi registrado um boletim de ocorrência e que os fatos serão investigados pela 28ª Delegacia de Polícia (Araguaína).

Sindicância

 

O Instituto Saúde e Cidadania (Isac), responsável pela gestão da Unidade de Pronto Atendimento Anatólio Dias Carneiro, informou que abriu sindicância interna para apurar as informações que envolvem o caso.

A equipe de gestão médica do ISAC definiu que está descartada a hipótese de choque anafilático como reação à medicação administrada. “Em casos assim, a reação aconteceria segundos ou minutos depois da administração. A paciente deu entrada na unidade quase 8h depois da alta (a pedido da mãe), já sem vida”.

O instituto afirmou que a Comissão de Verificação de Óbito e a Comissão de Prontuário da UPA farão a avaliação do prontuário para identificar todas as etapas do atendimento. Também alegou que a medicação dada à criança é procedimento comum dentro das unidades de saúde que atendem urgência e emergência.

“Ao adentrar na unidade com queixas de dores e/ou incômodos, após a avaliação clínica do médico, é ministrada medicação para combater sintomas imediatos, como dor e/ou febre. A depender da evolução do paciente, outras avaliações podem ser feitas, inclusive solicitação de exames, conforme a necessidade”, diz a nota.

Fonte: G1 TO

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