Equipe Gazeta do Cerrado
Após a Associação dos Praças Militares do Estado do Tocantins (APRA-TO) afirmar, por meio de nota, que vai realizar uma carreata em homenagem ao sargento José Maria Rodrigues de Almeida, morto em abril de 2018, durante uma abordagem de uma equipe sob o comando do delegado da Polícia Civil Cassiano Oyama e ainda pedir junto ao governador, Mauro Carlesse, e ao secretário de Segurança Pública do Estado, Cristiano Barbosa Sampaio, a imediata suspensão do delegado de todas as suas funções, até que seja finalizada a ação penal contra ele, houve uma reação do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Tocantins (Sindepol-TO).
O Sindicato dos Delegados respondeu, nesta quarta-feira, 16, com outra nota, onde diz ver com estranheza a atitude da APRA-TO e ainda sugere que estas ações são em represália a atuação do Delegado que está a frente da Operação Catarse. A Operação investiga esquemas de corrupção e desvio de dinheiro público no Estado.
Entenda o caso
O sargento da Polícia Militar José Maria Rodrigues de Almeida, de 50 anos, morreu na manhã do dia 27/04/2018, após ser internado em estado grave no Hospital Geral de Palmas.
Ele foi atingido por três tiros, durante uma abordagem do delegado e três agentes da Polícia Civil.
O caso aconteceu em um bar localizado em Taquaralto, região sul da capital. As balas ficaram alojadas no braço, joelho e abdômen da vítima.
Confira as notas, na íntegra, da APRA-TO e do Sindepol-TO, abaixo:
O que diz a APRA-TO sobre o caso:
Na reunião, também ficou definida a realização de uma carreata em
apoio ao sargento José Maria Rodrigues de Almeida, que foi morto em
abril de 2018, pelo delegado da Polícia Civil Cassiano Oyama. A
Diretoria da APRA pretende fazer a mobilização antes da primeira
audiência sobre o caso do sargento Rodrigues, que ocorrerá no mês de
março.
A entidade vai se reunir com os demais presidentes vinculados à
Federação dos Praças Militares do Estado do Tocantins (Faspra-TO) na
próxima sexta-feira, 18. Após o encontro, todos os dirigentes vão
protocolar ofício ao governador Mauro Carlesse e ao secretário
estadual de Segurança Pública, Cristiano Barbosa Sampaio, solicitando
a imediata suspensão do delegado Oyama de todas as suas funções, até
que seja finalizada a ação penal contra ele. Uma cópia do documento
também será encaminhada ao Ministério Público Estadual (MPE).(…)
Nota do Sindepol/TO sobre intenção de pedido de suspensão do Delegado Cassiano Oyama manifestado pela ASPRA/TO
O Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Tocantins (Sindepol/TO) vem a público manifestar repúdio quanto as afirmações feitas pela Associação dos Praças Militares do Estado do Tocantins (Aspra-TO) no último domingo, 13, ao se referirem ao Delegado de Polícia Civil, filiado ao Sindepol/TO, Cassiano Ribeiro Oyama.
Estas afirmações são decorrentes da fatalidade ocorrida em abril do ano de 2018, quando no exercício da sua função, o Delegado Oyama e três agentes, abordaram José Maria Rodrigues Amorim, Sargento da Polícia Militar do Tocantins, que estava em um bar na região de sul de Palmas, ingerindo bebida alcoólica e com o volume do som do carro acima do permitido por lei, infelizmente, após a abordagem o Sargento, por ter reagido, acabou vindo a óbito.
No entanto, o fato já foi apurado pela Corregedoria Geral da Secretaria de Segurança Pública do Estado, por meio de Inquérito Policial. A corregedoria chegou a solicitar o afastamento dos policiais civis, que permaneceram à disposição do órgão durante as investigações.
A Corregedoria concluiu que tanto o Delegado Cassiano Oyama quanto os agentes agiram em legítima defesa. O Delegado então retornou às suas atividades normais, mas foi transferido da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa para a 1ª Delegacia de Polícia de Palmas.
Após a conclusão, o inquérito foi encaminhado para o Ministério Público e hoje, o processo está em andamento na Vara do Júri de Palmas. O Ministério Público ofereceu denúncia, mas jamais requisitou qualquer medida cautelar contra o Delegado, nem mesmo seu afastamento, certamente por entender que isso não é necessário para garantir o bom andamento do processo.
O Delegado Cassiano Oyama, exerce suas atribuições na 1ª Delegacia de Polícia e é hoje um dos responsáveis pela Operação CATARSE, que vem investigando esquemas de corrupção e desvio de dinheiro público.
Diante do exposto, nos causa estranhamento o fato do Advogado Antônio Ianowich Filho, assumir a assistência de acusação em ação penal no caso envolvendo o Sargento José Maria Rodrigues Amorim, sendo ele também responsável pela defesa de envolvidos na Operação Catarse, e dois dias depois disso se tornar público, vermos a nota da ASPRA/TO ser divulgada com intenção de afastar o Delegado de suas atribuições.
Portanto, o Sindicato dos Delegados não admitirá qualquer tipo de interferência nas atividades dos Delegados de Polícia do Tocantins por questões pessoais ou políticas.