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Associações coletam jatobás para tradicional “Farinhada” na Ilha do Bananal/Cantão

Colheita do Jatobá – Foto – Associação Onça D’água

Com as chuvas inesperadas neste mês de agosto, os frutos do Jatobazeiro caíram em abundância. Por isso, estiveram reunidos na APA Ilha do Bananal/ Cantão neste início de setembro, brigadistas da referida Unidade de Conservação (UC), produtores e produtoras rurais do P.A. Onalício Barros e da Associação de Mulheres Agroextrativistas – AMA Cantão e voluntários da Associação Onça D’Água para a coleta de frutos que serão destaque na “farinhada”, evento que será realizado na região neste mês de outubro.

 

Também conhecido como jatobazeiro, jataí, farinheira, imbiúva, entre outras variações, o jatobá é um fruto que ocorre em vários biomas brasileiros – Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Amazônia – e representa uma fonte de alimento para diversas espécies da fauna silvestre, como primatas (Sapajus spp), antas (Tapirus terrestris), araras (Ara spp.), entre outros. Outra curiosidade envolvendo a interação entre o fruto e os animais é que as formigas (Attini) facilitam a germinação ao limparem as sementes, e as flores do fruto atraem morcegos e mariposas.

 

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Amplamente utilizado no processamento de alimentos devido ao seu valor nutricional, rico em minerais e fibras, o jatobá é protagonista no enriquecimento de bolos, pães, biscoitos, vitaminas, sorvetes e outras receitas. A casca e a resina são empregadas na medicina popular e apresentam atividade antimicrobiana.

 

Comunidades rurais utilizam o fruto de forma sustentável, incorporadas à sua alimentação ou atendendo demandas do comércio local e regional, sendo inclusive incorporado em programas de alimentação escolar. E com extenso currículo, o jatobá ainda é indicado no reflorestamento e recuperação de áreas degradadas.

 

Usos do Jatobá

 

Semente: O fruto do jatobá é composto por sementes ricas em cálcio, fósforo, ferro, potássio, magnésio e vitamina C. É das sementes que é tirada a farinha, rica em amido muito utilizada em receitas.

 

Casca: Uso medicinal por populações de onde a árvore é nativa, tendo ação adstringente, antibacteriana, antiespasmódica, antifúngica, antiinflamatória, antioxidante, descongestionante, diurética, estimulante, estomáquica, expectorante, fortificante, entre outras. Com diversas propriedades, o chá da casca do jatobá é recomendado para tratamento de problemas respiratórios, como asma, bronquite e rinite, problemas gastrointestinais, como úlceras, gastrite, azia, refluxo e para problemas urinários, como cistites e retenção hídrica.

 

Resina: A resina do jatobá, ou copal, como é mais conhecido, é usada como incenso e na indústria de vernizes.

 

Apoio ao Agroextrativismo

 

Práticas como a coleta do jatobá na APA Ilha do Bananal/Cantão estão sendo apoiadas através do Projeto Rede de Iniciativas Produtivas Sustentáveis em Áreas de Proteção Ambiental no Tocantins, realizado pela Associação Onça D’água, que conta com apoio do PPP-ECOS/ISPN/FUNDO AMAZÔNIA.

Fonte – Ascom Associação Onça D’água

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