“Os irmãos Batista vão ter que explicar essa ‘esperteza’. Sabiam que essa gravação com o presidente Michel Temer iria provocar o caos no câmbio e derrubar as ações da empresa. Por isso mesmo, dias antes compraram R$ 1 bilhão de dólares e venderam mais de R$ 300 milhões em ações”, ponderou o presidente do PSDB/TO. O senador chamou Joesley e Wesley Batista de “ratos insaciáveis”, termo que ele já havia usado para classificar Emílio e Marcelo Odebrecht, que também participaram de esquema criminoso de corrupção e fizeram delação premiada.
Convocação coercitiva
Uma das primeiras providências da CPMI será a convocação de Joesley e Wesley Batista. “Se não vierem por bem, eles virão coercitivamente”, informou o parlamentar. Ataídes também cobra explicações sobre a atuação ou a omissão da CVM, que já instaurou cinco processos administrativos para investigar o frigorífico JBS.
O Ministério Público, segundo o senador tocantinense, também deve explicações sobre o “super, mega, plus” acordo de delação premiada fechado com os irmãos Batista, que receberam perdão judicial depois de “explodirem o mundo político e a economia” e estão livres nos Estados Unidos.
Um terceiro ponto a ser a bordado pela CPMI proposta por Ataídes é o papel das empresas de auditoria, que assinam balanços financeiros muitas vezes “maquiados” de grandes companhias, como aconteceu no caso da Petrobras, com a PricewaterhouseCoopers. “Essas empresas precisam ser devidamente responsabilizadas”, observou Ataídes, lembrando que a Petrobras foi obrigada a pagar R$ 2,7 bilhões aos Estados Unidos para cobrir prejuízos causados pelo esquema de corrupção na companhia.
A CPMI proposta pelo senador Ataídes Oliveira precisa da assinatura de pelo menos 27 dos 81 senadores e 171 dos 513 deputados. O parlamentar acredita que obterá esse número com facilidade e que a comissão estará instalada em no máximo duas semanas.