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Aumentam conflitos agrários; maioria por demarcação de terras

O número de conflitos no campo praticamente triplicou em um ano no Tocantins. O estado registrou 105 casos do tipo em 2016, enquanto em 2015 apenas 34 haviam sido registrados. As ocorrências incluem casos de conflitos por terra, por água e situações de trabalho escravo. Os dados são da Comissão Pastoral da Terra (CPT), que monitora a questão no Brasil.

“Um dos motivos desse aumento se deu pela identificação de conflitos já existentes em comunidades quilombolas. São comunidades da região Sul e Sudeste do Tocantins que lutam há anos pela demarcação de seus territórios”, disse o coordenador da CPT na região do Araguaia-Tocantins, Edmundo Rodrigues.

A maior parte dos casos registrados é de conflitos por terra, ao todo foram 99 casos do tipo. Houve quatro casos de trabalho escravo e outros dois de conflitos por água. A CPT registrou ainda três mortes relacionadas com a questão no estado, além de outras duas tentativas de homicídio, sete ameaças de morte e 11 agressões.

Nos quatro casos de trabalho escravo, dos 128 envolvidos, 28 foram libertados. Para a CPT, o número de casos não representa a realidade e é reflexo da falta de fiscalização no campo. “Isso é consequência do baixo número de auditores fiscais do trabalho, da falta de efetividade nas políticas de combate à escravidão, além da invisibilidade da problemática perante a sociedade”, criticou Evandro dos Anjos, que participa da Campanha de Prevenção e Combate ao Trabalho Escravo.

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A Amazônia Legal, que compreende os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte do Maranhão e do Mato Grosso, concentra o maior número de casos no país. Em todo o Brasil, foram registrados 61 assassinatos no campo no último ano e 48 mortes ocorreram na região. Em todo o país foram mais de 1,5 mil casos de conflitos no campo no ano passado.

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