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Azedou de vez! Ministro parte para o ataque a Kátia Abreu que dispara: “age de forma marginal”

 

Em meio à fritura política, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, tirou a tarde desta domingo (28/3) para desabafos no Twitter.

Em uma primeira publicação, agradeceu a todas as pessoas que manifestam apoio a ele e ao trabalho quem vem desempenhado na pasta.

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, durante audiência no Senado Marcelo Camargo/Agência Brasil

“Agradeço a todos os que têm manifestado apoio a mim e ao meu trabalho”, diz Araújo citando uma estrofe do Hino da Independência.

Em seguida, partiu para o ataque, afirmando que, em encontro recente com a senadora Kátia Abreu (PP-TO), a parlamentar teria preferido falar sobre as negociações em torno do 5G do que a respeito das dificuldades diplomáticas enfrentadas com a China e a Índia para a importação dos insumos necessários à produção das vacinas contra Covid-19 no Brasil.

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Segundo o diplomata, a parlamentar teria dado a entender que ele seria o “rei do Senado” ao fazer “um gesto em relação ao 5G”.

Senadora responde

A senadora se manifestou através de nota. Veja a íntegra:

NOTA À IMPRENSA

O Brasil não pode mais continuar tendo, perante o mundo, a face de um marginal. Alguém que insiste em viver à margem da boa diplomacia, à margem da verdade dos fatos, à margem do equilíbrio e à margem do respeito às instituições. Alguém que agride gratuitamente e desnecessariamente a Comissão de Relações Exteriores e o Senado Federal.

É uma violência resumir três horas de um encontro institucional a um tuíte que falta com a verdade. Em um encontro institucional, todo o conteúdo é público.

Defendi que os certames licitatórios não podem comportar vetos ou restrições políticas. Onde está em jogo a competitividade de nossa economia, como no caso do leilão do 5G, devem prevalecer os critérios de preço e qualidade, conforme artigo “O Céu é o Limite” que divulguei na Folha de S.Paulo (21/03/21).

Ainda alertei esse senhor dos prejuízos que um veto à China na questão 5G poderia dar às nossas exportações, especialmente do Agro, que vem salvando o país há décadas. Defendi também que a questão do desmatamento na Amazônia deve ser profundamente explicada ao mundo no contexto da negociação para evitar mais danos comerciais ao Brasil.

Se um Chanceler age dessa forma marginal com a presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado da República de seu próprio país, com explícita compulsão belicosa, isso prova definitivamente que ele está à margem de qualquer possibilidade de liderar a diplomacia brasileira.
Temos de livrar a diplomacia do Brasil de seu desvio marginal.

Brasília, 28 de março de 2021
Kátia Abreu (PP-TO), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado da República.

Fritura

Na quarta-feira (24/3), durante uma sessão remota do Senado Federal, os parlamentares pressionaram Araújo e cobraram sua saída imediata do cargo. Na avaliação dos senadores, o chanceler falhou ao lidar com as questões internacionais relativas ao enfrentamento da pandemia provocada pelo novo coronavírus.

Com a imagem extremamente desgastada na composição do governo federal, o chefe do Itamaraty ainda resiste à pressão feita para que renuncie ao cargo. Já existem, inclusive, nomes cotados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para a substituição. A busca seria por um substituto com perfil menos ideológico e que tenha melhor receptividade no meio político.

Pressão interna

Em carta aberta publicada no sábado (27/3), um grupo de mais de 300 diplomatas pediu a saída do governo do atual ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e ainda acusou a atual política externa do Itamaraty de causar “graves prejuízos para as relações internacionais e a imagem do Brasil”.

 

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