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Banco Vermelho: Araguaína é a 1ª do TO a aderir a movimento internacional para combater feminicídio e violência doméstica

A cor do monumento, instalado na Via Lago, simboliza o sangue derramado por todas as vítimas. Além da instalação no calçadão do ponto turístico, outros 30 bancos foram pintados de vermelho em praças e na Avenida Marginal Neblina – Foto: Marcos Filho Sandes / Secom Araguaína

Araguaína é a primeira cidade do Tocantins a aderir ao movimento internacional do Banco Vermelho, que tem como objetivo criar um espaço em locais públicos para que a comunidade possa refletir, levantar e agir contra o feminicídio.

O monumento foi instalado no calçadão da Via Lago, no último dia 14, com a presença do prefeito Wagner Rodrigues, servidores, estudantes e representantes de toda a Rede de Proteção das Mulheres.

O vermelho do banco representa o sangue derramado por todas as vítimas de feminicídio. Além do monumento instalado, foram expostas faixas com mensagens contra a violência doméstica e camisas brancas marcadas de vermelho com frases de impacto, como “Eu nunca bati nela”, “Isso é tudo coisa da sua cabeça”, “Tudo começou com um empurrão”, entre outras.

Durante o evento, o prefeito Wagner destacou o avanço da cidade dentro da causa, desde ações específicas de segurança pública até desenvolvimento de políticas de proteção à mulher. “Espero que todos que passem por aqui saibam o significado deste banco e a importância dele para a nossa cidade. Este é mais um movimento que diz não à violência, não ao desrespeito, não à intolerância contra as mulheres. Temos que dar cada vez mais espaço para elas e respeitá-las”.

A estudante Elieuda Gomes esteve presente no evento de inauguração. Ela vestiu a camisa da campanha por acreditar que o assunto precisa ser difundido para promover mudanças no cenário atual. “Quando eu estagiava na vara de Violência Doméstica, vi casos preocupantes e não necessariamente é uma violência física, existem outras formas de agressão. Espero que essa ação seja o pontapé inicial para reduzir os dados na nossa cidade que são alarmantes”, afirmou.

Referência na região Norte do país

O Movimento Banco Vermelho iniciou em 2016, na Itália, e já tem adesão em outros países, como Argentina, Austrália, Espanha e Áustria, além de outras cidades do Brasil. Trazer esse projeto para Araguaína, segundo Cirlene Maria de Assis, juíza e coordenadora estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça do Tocantins, representa mais um avanço no município.

“Esse monumento é um marco do movimento contra o feminicídio. Nós só tínhamos os Bancos Vermelhos em pouquíssimas cidades e grandes metrópoles do Brasil, mas a partir desta decisão, conseguimos ver o antes e depois de Araguaína, pois estamos trazendo para cá políticas de cidades muito avançadas economicamente”, informou a juíza.

Por toda a cidade

Em várias praças de Araguaína e na Avenida Marginal Neblina, outros 30 bancos foram pintados de vermelho. Esta é a primeira de uma série de ações que serão realizadas nos próximos dias para combater os índices de violência doméstica e feminicídio.

“A partir de hoje, iniciamos uma campanha até o mês de agosto. Estamos juntos nesta nova história de acolhimento, proteção e conscientização para que os índices de feminicídio cheguem à zero em nossa cidade”, disse a secretária Especial da Mulher de Araguaína, Ângela Maria Silva.

Denuncie

A GMA (Guarda Municipal de Araguaína) é qualificada desde 2022 para este tipo de atendimento por meio da formação da Rede de Proteção à Mulher. O órgão pode ser acionado pelo número de emergência 153.

As vítimas de violência na cidade também contam com o serviço da Patrulha Maria da Penha, que pode ser chamada pelo 190, da Polícia Militar. Outra opção é a 3ª Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher pelo contato (63) 3411-7310.

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