Ícone do site Gazeta do Cerrado

“Beco do Zé Gomes”: inspiração e palco de celebração da amizade em Palmas

Maju Cotrim – Gazeta do Cerrado

O poeta referência para a cultura tocantinense e até brasileira, José Gomes Sobrinho ganha mais uma homenagem carinhosa de familiares e amigos. É o Beco do Zé Gomes que fica na Kitanda da Vovó, pista do antigo aeroporto. Tudo começou quando vários filhos do saudoso Zé sempre se encontravam lá para bater um papo.

O local será para celebrar momentos entre amigos e também para encontros saudosos e surgiu da ideia de um grupo de admiradores e familiares que sempre estão por lá.

José Gomes continua inspirando não só a classe artística mas principalmente pessoas que o conheceram e conviveram com ele. “Onde tem um amigo ou dois reunidos celebrando a amizade ali está o espírito do saudoso Zé Gomes”, disse um dos frequentadores do Beco.

Foi lá que surgiu através de um grupo de amigos, liderados por André Gomes, filho do poeta Zé Gomes, a organização do retorno do carnaval de rua em Palmas que acontecerá neste final de semana.

Publicidade

O Beco agora ganhou cara de Zé Gomes para simbolizar a homenagem.

Poeta, escritor, articulista, palestrante, teatrólogo. José Gomes Sobrinho é o precursor da cultura no Tocantins. A história da cultura tocantinense confunde-se com a de Zé Gomes, amigo, pai exemplar e, sobretudo, um poeta sensível e dedicado à classe.
Nascido em 1935, em Garanhuns (PE), o filho de Luis Melchides Gomes chegou ao Tocantins em 1989. Presidente do Conselho Estadual de Cultura, José Gomes Sobrinho era acadêmico da ATL- Academia Tocantinense de Letras, ocupante da cadeira nº, 28 e da Academia Palmense de Letras, cadeira 09. Autor de 13 livros publicados, José Gomes presidia também o Fórum Nacional de Conselheiros Estaduais de Cultura.

Poema:

Invertida a rosa dos ventos que me apontava um norte fantasiado de magnético oeste
dou-me por sul ó tormento

não que pretenda me fazer forte e esquecer religiosamente os gestos de elaborar perdões
ou me submeter à magra sorte
faço-me recente bússola viajando intermináveis estradas

parcialmente abandonadas

mas estando vestido de roupas imantadas sou passageiro de naves enredadas
em indesejáveis ventos do sul

(De CONSIDERAÇÕES EM DÓ FURTIVO MAIOR, 1996)

Sair da versão mobile