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Bodas de prata –  EcoTerra comemora 26 anos de implantação no Tocantins

A Grande missão: É lutar pela causa indígena e as questões socioambientais

Criada na metade da década de 90, a Associação de Preservação Ambiental e Valorização da Vida (EcoTerra) surgiu de um grupo de profissionais liberais ligados ao curso de Engenharia Ambiental da Universidade do Tocantins (UNITINS). Ao longo dos anos tem atuado em diversos setores como educação, saúde, cultura, comunicação, trabalho, esporte e lazer, tendo como leque central as questões socioambientais.

A princípio a EcoTerra nasceu com a missão de consolidar a defesa  da maior Ilha fluvial do mundo,  a Ilha do Bananal (TO) e os povos nativos da mesma (Karajá, Javaé e Avacanoeiro). Entre as ações inicialmente propostas estavam a proteção da floresta e os povos das flores (comunidades tradicionais). Como objetivo, alcançar a sensibilização e a mudança de hábitos para a preservação, conservação e sustentabilidade ecológica, econômica e social, tanto no meio rural, quanto no meio urbano.

Com o tempo, a associação tem promovido ações que objetivam harmonização na relação humana com a natureza, subsidiada pelos conhecimentos acadêmicos e ancestrais. O encontro de saberes, ligado a pesquisas científicas, com posicionamento político tem norteado a manutenção do ambiente e dos direitos humanos. Para tanto, as comunidades, instituições de ensino e pesquisa, instituições governamentais e organizações não governamentais, são envolvidas nos trabalhos.

Todo trabalho é realizado promovendo, as reflexões, sensibilização, campanhas e processos de diálogos em diferentes áreas do conhecimento,  com o objetivo de repercutir de forma qualitativa, no que diz respeito ao meio ambiente e ao bem viver.

As áreas ambientais protegidas, os territórios das comunidades tradicionais e os espaços de ensino são áreas de atuação privilegiadas pela associação. Atualmente, vem-se realizando diferentes projetos voltados para questões socioambientais de forma ampla, com foco nas comunidades tradicionais, na educação ambiental e na arte como instrumento de sensibilização para promover uma relação mais harmoniosa da humanidade com a natureza.

Voluntária, Iva Ramos é uma das dezenas de pessoas que colabora com a instituição e falou como conheceu a EcoTerra. “Eu era acadêmico da Universidade Federal do Tocantins, Campus de Porto Nacional, que na época tinha como presidente Fernando Amazônia. Meu primeiro contato com a Ong foi no campus,  quando realizava uma exposição de fotos de crianças indígenas. A partir dessa exposição e desse primeiro contato, ocorreu a minha aproximação das ações da ONG”, relatou.

“Tivemos a oportunidade, enquanto acadêmicos, de conhecer a ONG de perto e vivenciar a seriedade com que a EcoTerra trabalhava as questões ambientais. Desde então, eu e alguns outros acadêmicos passamos a fazer parte da mesma e entender nosso papel e a nossa responsabilidade como cidadão em trabalhar para a  preservação do meio ambiente, do nosso cerrado, das nossas águas e das nossas comunidades tradicionais” enfatizou Iva.

A voluntária destaca ainda que “atuar na EcoTerra é fazer algo pensando no amanhã do planeta. É pensar não apenas no direito à vida do ser humano, mas também no direito da natureza existir. É pensar também no futuro da humanidade, que não pode viver sem os recursos naturais. É contribuir para que vidas sejam preservadas. É sentir que, de alguma forma, você está fazendo o bem”, concluiu.

Indigenista e aposentado da Fundação Nacional do Índio (Funai), Fernando Schiavine disse que vem acompanhando o trabalho da EcoTerra a cerca de 20 anos aqui no Tocantins e de seis anos para cá tornou-se membro da instituição. “A EcoTerra sempre atuou em favor não só do meio ambiente, mas também dos povos indígenas, sempre apoiando a suas lutas, auxiliando os nas reivindicações de terras, e propondo projetos de melhorias, de reflorestamento, agrofloresta e permacultura em aldeias. Enfim é uma ONG essencial para a preservação do meio ambiente no Tocantins”, afirmou, acrescentando que “A EcoTerra está de parabéns por esses 25 anos de existência e se ela não existisse, provavelmente o Estado do Tocantins, a natureza, a devastação e tudo mais negativo para o meio ambiente e principalmente no entorno de Palmas estariam bem pior”.

De acordo com o diretor da EcoTerra, Anderson Fonseca, “a instituição segue com a premissa desde a primeira ação em defesa da Ilha do Bananal e dos povos indígenas.  Atualmente seguimos com a nossa originalidade, defesa das questões socioambientais,  do meio ambiente ecologicamente equilibrado e do desenvolvimento ambientalmente sustentável e socialmente justo, que favoreça uma qualidade de vida sadia na relação sociedade natureza”, pontuou.

De acordo com o primeiro diretor e fundador da Ecoterra, Fernando Amazônia, a entidade tem uma longa história que marca sua trajetória de militância e de dedicação pelas causas ambientais, dentro de uma perspectiva muito orgânica. “Então eu entendo que a entidade foi criada dentro do curso da Unitins, o primeiro curso de Engenharia Ambiental do Brasil, os alunos ali, um deles Marcos Vinícius, criou a entidade na busca de defender a Ilha do Bananal e aos povos indígenas que lá habitam”. Disse Fernando.

Segundo Amazônia, a perspectiva de trabalhar com as questões sócio-ambientais marcou o jeito de ser e deu uma identidade característica á Ecoterra. “Eu entrei na Ecoterra vendo essa atuação muito orgânica e muito dedicada, e aí, a gente passou a da continuidade e qualificar essas ações, a Ecoterra vem trabalhando aqui no Tocantins, principalmente em Palmas, e em diferentes frentes muito ligadas ao povos indígenas, participamos de diferentes eventos, de acordo com a linha de atuação da entidade”. Finalizou.

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