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Brasil tem apenas 12,4% da vegetação original da Mata Atlântica, aponta relatório

Mata Atlântica - Arquivo Agência Brasil

O Brasil tem apenas 12,4% da vegetação original da Mata Atlântica, apontou um relatório da Fundação SOS Mata Atlântica, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que mostra o avanço do desmatamento sobre a floresta.

O município de Bonito, no Mato Grosso do Sul, que é conhecido pelas belezas naturais e pelo forte ecoturismo, está no topo do ranking do desmatamento.

Entre 2019 e 2020, segundo a fundação, Bonito perdeu 416 hectares de floresta – o equivalente a um campo de futebol por dia.

Para o Ministério Público, a falta de estrutura nos órgãos de fiscalização é uma das causas dos prejuízos ambiental e econômico.

“Muitas vezes acontece a supressão sem qualquer tipo de licença e só depois de alguns meses que o órgão ambiental ou o próprio Ministério Público tem conhecimento desse desmatamento”, diz o promotor Alexandre Estuqui.

 

Pedaços da floresta ainda existem em 17 estados, nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.

Pedaços da Mata Atlântica ainda existem em 17 estados, nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. — Foto: Reprodução/TV Globo

A mata, que é protegida por lei, sofre ataques ano após ano. Cinco das 10 cidades que mais desmataram, de acordo com o último levantamento, estão em Minas Gerais.

  • Águas Vermelhas (369 hectares)
  • Montalvânia (286 hectares)
  • Pedra-Azul (286 hectares),
  • Ponto dos Volantes (220 hectares)
  • Francisco Sá (166 hectares)

 

Cinco das 10 cidades que mais desmataram estão em minas gerais. — Foto: Reprodução/TV Globo

Para os organizadores do atlas da Mata Atlântica, que traz informações anuais sobre a vegetação nativa que ainda existe no Brasil, tão importante quanto fiscalizar para impedir o desmatamento, é agir para recuperar o que já foi perdido.

“A Mata Atlântica é o único bioma que tem uma lei que a protege, que coloca regras para o seu uso e conservação, que leve a gente a um desmatamento próximo de zero das florestas”, explica o diretor de conhecimento da SOS Mata Atlântica, Luiz Fernando Guedes Pinto.

 

“Além disso, a gente tem que acelerar e restaurar a Mata Atlântica em grande escala, principalmente as matas ciliares, as florestas que estão em volta das nascentes de água e dos rios e córregos da mata atlântica que abastecem de água as nossas cidades e que geram energia elétrica para grande parte do país”, completa.

Em relação à cidade de Bonito, que lidera o ranking de desmatamento, o Instituto de Meio Ambiente de Mato grosso do Sul afirma que a lei de proteção da Mata Atlântica permite a supressão de áreas dentro do bioma em casos de obras de utilidade pública e de interesse social, e que o relatório da SOS Mata Atlântica não leva em conta essas autorizações ao considerar as áreas devastadas.

Fonte: O Globo

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