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Câmara Municipal tocantinense é investigada por ceder veículo oficial para suspeito de homicídio fugir do Mato Grosso 

Suspeito de homicídio que teria sido transportado no veículo oficial da Câmara / Foto: Reprodução

Na cidade de Goiatins, no norte do Tocantins, a Câmara Municipal está sob investigação após a suspeita de ceder um veículo oficial para auxiliar um fugitivo de homicídio a escapar de Cocalinho, no Mato Grosso, em uma viagem de mais de 1.000 km. O caso veio à tona nesta semana após a reportagem da TV Jovem, afiliada à Record TV no Tocantins, revelar os detalhes da ação.

O veículo foi conduzido por Edmilson Pereira, que exerce a função de vigia na Câmara. Ele relatou à equipe de reportagem que recebeu instruções do presidente da Câmara, o vereador Josiedes Soares, para realizar a viagem sob a justificativa de buscar uma pessoa que estaria doente.

“Quem mandou foi o Josiedes. Ele me ligou para eu ir à viagem. (…) aí o Max Luz [ex-vereador da cidade] chegou lá em casa falando que era para buscar um homem doente”, disse Edmilson.

O homem que estava supostamente doente era Gerivaldo Lopes Tavares, suspeito de estar em fuga de Cocalinho para Goiatins. Max Luz, com a autorização do presidente da Câmara, organizou a viagem, e uma terceira pessoa acompanhou Edmilson, arcando com os custos do deslocamento. Entretanto, o vigia alega que foi enganado em relação ao real motivo da viagem.

O homicídio em Cocalinho ocorreu dias antes, quando Gerivaldo teria assassinado Marcos Rodrigues da Silva, de 52 anos. Segundo informações da polícia, os dois homens estavam consumindo bebida alcoólica juntos quando uma discussão surgiu e culminou em uma briga corporal, resultando na morte de Marcos por golpes de canivete no peito.

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Após o homicídio, Gerivaldo se escondeu na mata, mas acabou fugindo para o Tocantins. Surpreendentemente, ele foi detido durante sua participação em uma cavalgada pacata em Goiatins.

Josiedes Soares, presidente da Câmara de Goiatins, afirmou desconhecer a viagem e a utilização do veículo. “Eu não tenho conhecimento dessa viagem. O carro, para sair, precisa ter uma autorização minha, um ofício, e eu não tenho conhecimento de nenhum tipo de ofício que assinei e nenhum tipo de solicitação pedindo o carro para esse tipo de viagem”, declarou o vereador.

O ex-vereador Max Luz também negou envolvimento no caso e declarou que está sendo vítima de perseguição política, se colocando à disposição para prestar esclarecimentos sobre os fatos. As investigações prosseguem para esclarecer os detalhes e responsabilidades envolvidas na cedência do veículo oficial e na fuga do suspeito de homicídio.

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