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Campanha contra a AIDS: 135 mil brasileiros vivem com HIV e não sabem, apontam dados

Camisinha é o método mais eficaz para evitar contato com vírus e outras ISTs - Divulgação

Dos 900 mil brasileiros que carregam o vírus do HIV, transmissor da Aids , 15% (135 mil pessoas) não têm consciência disso. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde, em evento na manhã desta sexta-feira, em Brasília.

A pasta divulgou os dados sobre a incidência de HIV/Aids na população por ocasião do Dia Mundial de Luta Contra a Aids, em 1º de dezembro. O número de contaminados continua subindo no país: há um ano eram 866 mil pessoas.

— O desafio é diagnosticar esses casos. Aí, vou aumentar o número total, mas é uma epidemia oculta. Os casos existem e o que precisa é fazer o diagnóstico. Esse é o nosso desafio para os próximos anos — afirmou Gerson Fernando Pereira, diretor do departamento de doenças de condições crônicas e infecções sexualmente transmissíveis 

De acordo com os dados apresentados nesta sexta-feira, de 900 mil pessoas com HIV, 766 mil foram diagnosticadas, 594 mil fazem tratamento com antiretroviral e 554 mil não transmitem o HIV.

A nova campanha vai focar na população jovem, reforçando a importãncia da prevenção, testagem e tratamento: “Se a dúvida acaba, a vida continua”.

O número de casos registrados de Aids, quando a pessoa desenvolve a doença, segue a tendência de queda: em 2018 foi de 37.161 (17,8 por 100 mil/hab), em 2017 foram 37.791, ou 18,3 por 100 mil/hab.

Nos últimos cinco anos, o número de mortes pela doença caiu 22,8%, de 12,5 mil em 2014 para 10,9 mil em 2018.

Jovens em foco

A maioria dos casos de infecção no país é registrada na faixa etária de 20 a 34 anos, com 18,2 mil notificações, representando 57,5% delas.  

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, falou sobre a dificuldade em conscientizar os jovens para que se previnam e façam o teste.

— O comportamento de risco é adotado porque os jovens se apropriam da informação que é uma doença, toma remédio, zera o vírus e vida que segue. Mas não tem cabimento. Na minha geração,  a gente lembra do fulano que morreu.  A capa da revista “Veja” com o Cazuza talvez tenha sido a imagem que mais impactou. Nós, da minha geração, vimos os nossos idolos, como o próprio Cazuza e o Fred Mercury morrerem. Agora é outro momento — disse. 

Segundo ele, o mesmo problema acontece com a vacinação. Na segunda etapa da campanha de vacinação contra o sarampo, que termina neste sábado (30), o foco era em jovens de 20 a 29 anos, mas houve baixa adesão.

— Acontece com vacinação também. Avós tiveram filhos com pólio, viram crianças morrerem de sarampo, mas as mães de 25 anos nem sabem o que é sarampo, dizem que é invenção da indústria, até em Terra plana acreditam. A gente antevê grandes lutas pela frente — afirma. Para chegar nesse público, diz o ministro, é necessário fazer campanhas específicas. —É a geração internet, para atingir esse público se a campanha não envolver rede social não chega.

Apesar disso, a terceira idade também é preocupação no combate ao vírus. De acordo com Mandetta, com a chegada dos remédios para disfunção erétil, houve um aumento da atividade sexual entre idosos e, como consequência, da transmissão do HIV .

Transmissão Vertical

Durante o evento foi anunciado que o município de São Paulo receberá certificação da eliminação da transmissão vertical, ou seja, da mãe para o bebê . Outras duas cidades no Brasil já receberam esse certificado, ambas no Paraná: Curitiba e Umuarama.

No resto do país, no ano passado, 8.621 mulheres grávidas estavam infectadas, a maior parte delas (27,8%) tinha entre 20 a 24 anos. O Brasil é signatário do compromisso mundial de eliminar a transmissão vertical do HIV.

Nos casos em menores de 5 anos, 95% das crianças foram infectadas pela transmissão vertical. 

Fonte: Extra Globo

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