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Caso Miguel: Revolta e comoção social; polícia diz que patroa foi negligente

A Polícia Civil de Pernambuco autuou por homicídio culposo, quando não é considerado intencional, a empregadora da mãe do menino que morreu ao cair do 9º andar de um prédio no Centro do Recife, na última terça-feira. O caso gerou revolta nas redes sociais. Segundo a polícia, a mulher agiu com negligência e deverá responder ao processo em liberdade.

A mulher chegou a ser presa em flagrante, mas pagou fiança de R$ 20 mil e foi liberada. A mãe do menino, Mirtes Renata, disse que os patrões são o prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker, e a mulher dele, Sari Corte Real.

Miguel Otávio da Silva, de 5 anos, caiu após subir na área dos aparelhos de ar-condicionado, na ala comum do edifício, no 9º andar. O garoto passava o dia com a mãe no apartamento dos empregadores.

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Em entrevista coletiva transmitida pela internet, a polícia disse que tudo indica que Miguel sofreu o acidente quando procurava pela mãe, que tinha saído para passear com o cachorro dos patrões. Segundo perícia, ele caiu de uma altura de 35 metros.

Segundo o delegado, a dona do apartamento, patroa da mãe de Miguel, “era a responsável legal pela guarda momentânea” do menino, e que o caso está previsto no Artigo 13 do Código Penal, que trata de ação culposa, por causa do não cumprimento da obrigação de cuidado, vigilância ou proteção.

O delegado disse ainda que câmeras do circuito interno do condomínio mostram o momento em que a mulher colocou Miguel sozinho no elevador: “Ela ainda aperta em um dos botões no alto no painel do equipamento, em um andar superior ao do apartamento onde residia”.

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Mirtes disse que a empregadora confiava seus filhos à ela, mas que não teve o mesmo cuidado quando precisou cuidar do Miguel. “Ontem à noite eu fui ver o que realmente aconteceu com o meu filho no período em que eu estava andando com a cadela. Ele entrou no elevador, não tiveram paciência para tirar ele de lá, pegar pelo braço e ‘saia’. Porque se fossem os filhos da minha ex-patroa, eu tiraria. Ela confiava os filhos dela a mim e a minha mãe. No momento que eu confiei o meu filho a ela, infelizmente ela não teve paciência”, disse.

O delegado afirmou ainda que as investigações do caso vão continuar: “Vamos prosseguir com o inquérito e, se for o caso, a moradora pode ser representada”, comentou.

O enterro do pequeno Miguel aconteceu no distrito de Bonança, em Moreno, no Grande Recife, com clima de revolta por parte da família. Um abaixo-assinado online para pressionar Polícia Civil de Pernambuco e o Ministério Público viralizou até internacionalmente, no contexto dos protestos contra o racismo nos EUA, motivados pela morte de George Floyd.

 

Fonte: Ultimo Segundo IG

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