O caititu fêmea que passou a ser conhecida pelos visitantes do Instituto Araguaia por ‘Florzinha’ foi transferida para o Centro de Fauna do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), em Palmas e nesta quinta-feira, 17 foi recebida para ser reintegrada na fauna silvestre. A espécie de nome científico Pecari tajacu; também é conhecida por caitatu; porco-do-mato pela aparência que lembra o javali, mas que diferente dos porcos verdadeiros, seus caninos são relativamente pequenos e retos; podendo ainda ser chamada de cateto, patira ou taititu. A caititu se trata de um mamífero.
A arquiteta da Assessoria de Planejamento do Naturatins, Verônica Amaral esteve em visita ao Parque Estadual do Cantão (PEC) para uma avaliação da estrutura da unidade de proteção e na ocasião teve oportunidade de acompanhar a captura do caititu fêmea, para transporte da espécie. “A ‘Florzinha’ chegou a unidade do Instituto Araguaia ainda filhote, bem bebezinha e foi resultado de um resgate, salvo engano, na época foi encontrada órfã. Posteriormente, um caititu macho também foi localizado e se juntou à filhotinha. Ambos foram amamentados, alimentados e hospedados em segurança até que tivessem um tamanho adequado para seguir em bandos”, lembrou a arquiteta que frequentemente visita a unidade.
“O caititu macho cresceu ao longo desses três anos e em uma das passagens dos bandos atendeu ao chamado do grupo e seguiu o seu destino na natureza. Porém, a Florzinha não quis acompanhar os grupos, em nenhuma dessas oportunidades. Então ela vem permanecendo na unidade, com alimentação fibrosa, própria a sua espécie. Esse é um animal de menor porte e na idade adulta, esses mamíferos medem de 75 a 100cm e podem apresentar um comportamento mais agressivo no período do cio”, relatou Verônica Amaral que então complementou.
“Nas últimas oportunidades foi percebida a resistência da ‘Florzinha’ de se juntar aos bandos e ao mesmo tempo vem adotando comportamentos mais agressivos a aproximação de outros animais de sua espécie ou até mesmo de visitantes na unidade. Acreditamos que ela se sinta ameaçada de ser retirar daquele espaço. Então o Instituto Araguaia concluiu que chegou a hora de realizar a reintegração e soltura da espécie num habitat silvestre, onde já foi visualizada a presença de outros bandos e que não possibilite a tentativa de retorno à unidade de proteção”, concluiu Verônica.
De acordo com o engenheiro Florestal da Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Naturatins, Leonam Barbosa, o animal será examinado e posteriormente habilitado para soltura. “Apesar da longa viagem, a ‘Florzinha’ chegou à sede do Instituto aparentemente tranquila e saudável. Nós sempre alertamos a população, que o manejo de animais silvestres deve ser realizado por profissionais habilitados. Após a avaliação médica-veterinária esses mamíferos recebem o tratamento necessário e são reintegrados a grupos de suas espécies”, reiterou o engenheiro.
O resgate do caititu fêmea contou com apoio da equipe do Batalhão da Polícia Militar Ambiental, do Naturatins, do Parque do Cantão e do Instituto Araguaia. Para solicitação de resgate ou entrega voluntária estão disponíveis gratuitamente os contatos da Linha Verde que também é um canal de denúncias de crimes ambientais pela internet no endereço www.naturatins.to.gov.br ou por telefone no 0800 63 1155.