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Cientistas descobrem na Amazônia nova espécie de vespa que suga sangue e come seu hospedeiro de dentro pra fora

Vespa foi encontrada na Amazônia - Foto- Divulgação/Kari M. Kaunisto

Vespa foi encontrada na Amazônia - Foto- Divulgação/Kari M. Kaunisto

Uma equipe científica descobriu uma nova espécie aterrorizante de vespa parasita que suga o sangue do seu hospedeiro e o come de dentro para fora.

O inseto com “aspecto alienígena” e “cabeça gigantesca” foi encontrado na Reserva Nacional Allpahuayo-Mishana, na Amazônia peruana. Recebeu o nome científico de Capitojoppa amazonica.

A vespa atinge cerca de 1,7cm de comprimento, de acordo com a descoberta. Ela possui um órgão tubular que usa para inserir um ovo no corpo do hospedeiro. Lagartas, besouros e aranhas estão entre as suas vítimas.

“Uma vez localizado e montado o hospedeiro, a fêmea vai acariciá-lo freneticamente com suas antenas. Se for aceita, a fêmea depositará um único ovo dentro do hospedeiro perfurando-o com seu ovipositor”, explicou Brandon Claridge, aluno de doutorado em Biologia da Universidade Estadual de Utah (EUA), principal autor do estudo sobre a C. amazonica, em entrevista à “Live Science”, publicada na quinta-feira (12/10).

Quando o ovo eclode, as larvas da vespa comem o hospedeiro de dentro para fora. Eles então continuam a se desenvolver dentro do cadáver do hospedeiro antes de emergirem totalmente crescidos.

Além disso, outras vespas enxameiam para sugar a hemolinfa – um fluido semelhante ao sangue no interior – do hospedeiro depois que a futura mãe o perfura com seu tubo.

“As fêmeas até ‘esfaqueiam’ o hospedeiro com o ovipositor e se alimentam sem botar ovos, pois isso ajuda a obter nutrientes para a maturação dos ovos”, disse Claridge.

A vespa foi descoberta como parte de um projeto de longo prazo que cataloga espécies na região. A equipe usou armadilhas especiais em forma de tenda para capturar insetos voadores na floresta tropical. C. amazonica é apenas uma das 109 novas espécies descobertas.

“Allpahuayo-Mishana é uma parte da Amazônia que possui uma abundância de espécies sem precedentes, devido à complexa história geológica da região”, afirmou o coautor do estudo Ilari Sääksjärvi, da Universidade de Turku (Finlândia).

Por Fernando Moreira – EXTRA via globo.com

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