Maria José Cotrim
O cineasta Marcelo Silva lamentou a morte da Dona Raimunda, Quebradeira. Ele que fez um curta mostrando a luta das mulheres no Bico e exaltando a representatividade dela como líder.
A partir do curta, Dona Raimunda ficou mais conhecida ainda e ganhou varios prêmios e Diplomas de reconhecimento social.
“O Tocantins deve muito a dona Raimunda e eu devo a ela muito da minha vida profissional. Dona Raimunda me fez uma pessoa melhor. Foi amiga e mãe. Nunca nos afastamos. A conheci durante uma enchente no Bico em 1991.
Sempre a admirei. Nunca perdemos o contato. Morreu ao lado do seu povo. Lutando até o último dia da sua vida. Vou me dedicar para que sua história não seja apagada”, disse Marcelinho em entrevista à Gazeta na noite desta quarta consternado pela morte da líder.
Sobre o documentário:
Confrontada com o problema do acesso à terra, Raimunda luta diariamente, trabalhando como quebradeira de coco, no Bico do Papagaio, norte do Tocantins.
Ao lado do padre Josimo, assassinado por homens de mão dos latifundiários, ajudou as quebradeiras a se organizarem para obter terras, conseguindo assim fazer ouvir o grito destas excluídas.
No documentário, a narrativa se baseia no primeiro raio de sol ao cair da noite na região isolada de São Miguel do Tocantis. Neste curto espaço de tempo, entre uma alvorada e o entardecer, o cineasta Marcelo Silva relata as dificuldades cotidianas das quebradeiras e também a trajetória da líder sindical personagem central da obra.
Enquanto narradora do documentário, Dona Raimunda, como é conhecida, relembra o tempo em que percorria babaçuais, com a coleta e quebra do coco. Ao ilustrar seu relato, o vídeo mostra como é, atualmente, um dia de trabalho de quebradeiras que vivem isoladas entre os pequenos povoados e as matas que lhes servem como local de trabalho.
Tempo: 52 min.
Ano: 2007. Gênero: documentário. Direção: Marcelo Silva. Coprodução: Marcelo Silva, Public Produções, TV Palmas, Fundação Padre Anchieta (TV Cultura).
Confira o documentário na íntegra: