O delegado Clóvis César Reis Bueno, integrante da Polícia Civil do Estado do Pará, foi detido em flagrante no Tocantins na última segunda-feira, 6, acusado de cometer o crime de concussão, que envolve a exigência de vantagem indevida em razão de sua função pública. Essa prática criminosa prevê uma penalidade de 2 a 8 anos de reclusão, além de multa, conforme estabelece o artigo 316 do Código Penal.
A prisão do delegado do Pará, que enfrenta a suspeita de requerer um suborno de R$ 15 mil de um empresário, resultou no afastamento do servidor de suas funções na Polícia Civil do estado paraense. Ele permanece sob custódia na Unidade Penal de Paraíso do Tocantins.
Segundo as autoridades, o delegado teria exigido a quantia do empresário de Palmas (TO) para liberar um caminhão apreendido em Santana do Araguaia (PA), região limítrofe com o Tocantins.
Clóvis Reis Bueno, cujo salário bruto é de R$ 30.997,25, recebeu o valor líquido de R$ 9.348,84 em outubro devido a descontos aplicados.
De acordo com a delegada Luciana Midlej, a Diretoria de Inteligência da Polícia Civil do Tocantins iniciou as investigações assim que o empresário registrou a ocorrência.
Clóvis César foi gravado
O empresário registrou o momento da negociação da propina. A transação foi gravada, e o delegado recebeu R$ 7,5 mil em espécie. Ele posteriormente contratou um serviço de motorista particular para levá-lo até à balsa em Caseara (TO), com o intuito de receber o restante do dinheiro. No entanto, as equipes das Polícias Civil e Militar do Tocantins interceptaram o veículo em que o delegado viajava.
No momento da abordagem, junto a Clóvis César, foram apreendidos R$ 8.670,00 em espécie, uma pistola PT 845 calibre 45, de propriedade particular, uma pistola Glock G17 pertencente à Polícia Civil do Pará, além de várias munições de diferentes calibres.
O Major Adsson Acácio Pimentel, comandante do 8º Batalhão da Polícia Militar, ressaltou a ação coordenada entre a Polícia Civil e a Polícia Militar no combate ao crime organizado, enfatizando o sucesso da prisão.
Após o flagrante, o delegado foi conduzido à Central de Atendimento da Polícia Civil de Paraíso do Tocantins, onde foi autuado por concussão, ficando à disposição do Poder Judiciário.
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