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Coletivo distribui absorventes íntimos e auxilia moradoras no combate à pobreza menstrual

Foto – Marcos Sandes

Quem passa pela Avenida Cônego João Lima, no Centro, em Araguaína, encontra de portas abertas o Coletivo de Mulheres Maria Criativa. No local, há mais de 1.500 produtos expostos para a venda, desde artigos de decoração, móveis e de uso pessoal. A maioria é de artesanatos que unem mãos e a dedicação de 40 mulheres associadas ao coletivo, que recebem carinhosamente o nome de Marias.

O projeto tem como intuito promover o empoderamento feminino por meio da geração de renda, desenvolver a autoestima a partir de atividades terapêuticas e a prática de ações sociais. A primeira feira de exposição foi realizada em dezembro de 2020 e o ponto para comercialização e produção das peças foi inaugurado em abril deste ano.

A idealizadora do Coletivo de Mulheres Maria Criativa migrou da área administrativa para se dedicar ao artesanato, atividade que desenvolve há mais de 20 anos.  “Em 2019, me desliguei da empresa que trabalhava e resolvi viver da minha arte, abri meu ateliê e assim começou a chegar várias mulheres. Hoje estamos formalizadas. O artesanato é maravilhoso, aqui cada produto tem uma história”, explicou a presidente do projeto, Patrícia Noleto.

Marias assistidas
O Coletivo de Mulheres Maria Criativa também oferta vagas gratuitas para cursos de mosaico, bordados, pintura em tecido e geral e estimulação da criatividade para crianças. Além disso, são realizados dois projetos sociais em parceria com a CUFA (Central Única das Favelas) e o apoio da classe empresarial, que distribui cestas básicas para 110 mulheres em situação de vulnerabilidade social. A outra ação é o Projeto de Combate à Pobreza Menstrual que distribui absorventes íntimos para 40 adolescentes do Colégio Estadual Rui Barbosa.

“Quando a pessoa compra um de nossos produtos ela está contribuindo com o artesanato local, o comércio solidário, o consumo consciente e na transformação da vida de várias mulheres. Em nossos cursos e em cada peça ou ação social, buscamos trabalhar o emocional e a autoestima feminina”, explicou a artesã Patrícia Noleto.

Efeito terapêutico
As peças podem ser produzidas na unidade ou no ateliê da artesã. Quando vendidas, uma porcentagem de 10% é repassada para o projeto, valor destinado para a manutenção das despesas mensais e das ações sociais desenvolvidas.

Laura Borges prefere produzir no ateliê do coletivo, assim pode interagir com outras Marias. Aos 73 anos, ela descobriu na produção de artesanatos em mosaicos, uma atividade que segundo ela tem efeito terapêutico. “Eu estava quase em depressão em casa e pensava que não tinha habilidade para trabalhos manuais, até que comecei ajudando minha amiga a quebrar as peças, quando vi já estava fazendo. Hoje não largo mais, é o meu ócio criativo! ”, afirmou a artesã.

Como se associar
Para se tornar uma Maria é necessário realizar um cadastro e uma contribuição mensal de R$ 20. A inscrição é realizada na secretaria da unidade, basta levar os documentos pessoais e o comprovante de endereço. O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 9 às 19 horas, e aos sábados, das 9 às 13 horas.

Quem quiser contribuir com o coletivo e ser um doador deve entrar em contato no telefone (63) 97400 2883. As contribuições podem ser financeiras por meio do pix: 43.035.838/0001-23 ou doações de gêneros alimentícios, roupas usadas e de higiene pessoal, como absorventes, creme dental, sabonete, etc.

“Quando a pessoa compra um de nossos produtos ela está contribuindo com o artesanato local, o comércio solidário, o consumo consciente e na transformação da vida de várias mulheres”, disse a presidente do coletivo, Patrícia Noleto Foto – Marcos Sandes


As Artesãs também podem produzir no local, é o caso da Laura Borges, que aos 73 anos, descobriu uma paixão na produção de mosaicos – Foto – Marcos Sandes

 

Por Giovanna Hermice – Secom Araguaína

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