Por Ricardo Pisani
De vez em quando criamos algumas palavras que não existem com coisas que não entendemos, como diria o Jose Simão: “O brasileiro fala tudo errado mas todo mundo se entende”, neste caso falo de nossos hermanos argentinos ou quando usamos o famoso portunhol, mas esta e uma história que vou contar daqui a pouco.
Durante a primeira temporada do Masterchef uma das participantes coloca um pedaço de queijo em cima de um delicioso Filhote (peixe), isso para um francês ou um italiano purista leva quase a um ataque cardíaco, e só ver a expressão do Érick Jacquin (jurado do Masterchef) quando a participante arrisca a mistura de peixe e queijo.
Indo para a Ásia você pode dar arrepios a um japonês ao molhar o arroz no shoyo (para o Nigiri, o tradicional pedaço de arroz moldado na palma das mãos e recoberto com fatias de peixe ou frutos do mar crus), não é frescura, existe uma razão, na verdade duas razões bem lógicas para isso, primeiro o arroz já esta temperado, segundo: quando você molhar o arroz ele vai se desmanchar e atrapalhar um pouco a nossa refeição, o certo seria virar de ponta cabeça e molhar o peixe no shoyu temperado com wasabi e o gengibre tem como função limpar nosso paladar entre um sabor ou peixe e outro.
Estes são apenas alguns exemplos do que fazemos de “errado” na hora de comer, então por que do título? A grande maioria das estradas de ferro na América do Sul foram projetadas e construídas por ingleses com a mão de obra local. Desta relação saiu o nome de um dos mais famosos molhos do mundo surgiu da corruptela desta frase em inglês: o Chimichurri, o nome saiu dos portenhos tirando sarro da cara dos britânicos ao passar seu molho preferido.
Então vamos combinar um vinho argentino pode ser tanto para combinar com o Curry temperando uma carne, ou o Chimichurri, por que não um bom Tempranillo, rustico, como diriam os espanhóis, que se pode cortar com uma faca, é delicioso!
Uma boa semana e bons vinhos.