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Coluna Gazeta Tecnológica: Celular com tela flexível está mais perto de se tornar realidade

Celulares que possam ser enrolados ou dobrados como uma folha de papel não estão muito distantes de se tornarem realidade.

Os chamados telefones flexíveis estão sendo desenvolvidos por vários fabricantes, em busca de dispositivos com telas que se dobrem ao meio – ou de funções ainda mais radicais.

A Samsung, que abocanha a maior parte das vendas de celulares no mundo, talvez lance ainda neste ano seu primeiro aparelho flexível, segundo declarações do presidente-executivo do departamento de celulares da empresa sul-coreana, DJ Koh, em entrevista recente.

Ele insinuou que o novo dispositivo pode ser apresentado durante a Conferência de Desenvolvedores da Samsung, entre 7 e 8 de novembro em San Francisco, na Califórnia.

Outra fabricante nessa corrida é a chinesa Huawei, segunda maior vendedora de smartphones do mundo, que espera lançar produtos com essas habilidades a princípio do ano que vem, segundo um relatório da revista econômica japonesa Nikkei Asian Review.

Fontes da empresa ouvidas em julho pelo Wall Street Journal afirmam que o protótipo do celular flexível pode ser “dobrado como uma carteira”, e seu exterior mostraria uma barra de funções de um lado e a câmera do outro. O jornal afirma que essa nova tecnologia é vista como uma possível forma de rejuvenescer a indústria global de eletrônicos portáteis, em sua tentativa de continuar a “impressionar os consumidores”.

Em entrevista à rede CNBC, o executivo Koh explicou que o processo de fabricação é “complicado”, mas está em sua fase final. Acrescentou, porém, que a empresa precisa ter um objetivo claro para um celular com características flexíveis.

“Se a experiência de um telefone dobrável for igual à de um tablet, será que as pessoas comprarão?”, questionou o executivo. “Cada dispositivo, cada função e cada inovação deve ter uma mensagem significativa para o cliente final.”

Leitura e resistência

Um dos protótipos de celulares flexíveis foi construído em 2016 pelo Laboratório de Mídias Humanas da Universidade Queen, no Canadá.

À época, o celular foi anunciado pela universidade como o “primeiro smartphone flexível do mundo em alta resolução e tecnologia sem fio”. Dobrável, o celular permitiria uma experiência de leitura semelhante à de um livro, segundo os pesquisadores.

“Quando o smartphone é dobrado, as páginas viram da direita para a esquerda, como em um livro. Quanto mais forte for o ato de dobrar, mais rapidamente elas viram”, disse em comunicado de 2016 o diretor do laboratório, Roel Vertegaal.

À revista Wired, Vertegaal disse recentemente que, além de mudar a experiência de leitura, os smartphones flexíveis serão mais resistentes a choques, se curvarão facilmente quando guardados dentro de bolsos e dificilmente terão a tela danificada em caso de quedas.

Segundo ele, quando a produção dessa nova tecnologia alcançar grande escala, “como se trata de plástico, as telas flexíveis devem ser muito mais baratas” que as atuais.

Telas OLED

Em algumas feiras de tecnologia, já estão sendo apresentados alguns modelos de celulares flexíveis de fabricantes como LG, Phillips, Sharp, Sony e Nokia.

O destaque dos dispositivos são as telas OLED, que durante anos foram fabricadas pela Samsung e que também passaram a ser usadas por concorrentes.

OLED é a sigla em inglês de Diodos Emissores de Luz Orgânica – uma tela digital composta por milhares de pixels, cada um com sua fonte própria de luz.

Segundo consultores do setor, como essas telas dispensam uma luz de fundo, conseguem ser mais finas do que as telas LCD, o que favorece a flexibilidade do aparelho.

Isso torna as telas mais caras e, ao mesmo tempo, mais duráveis.

O mais complexo, porém, é que, para fazer um celular flexível, é preciso que outros componentes além da tela sejam dobráveis – a bateria e a carcaça, por exemplo.

Segundo a reportagem de julho do Wall Street Journal, o formato do smartphone dobrável pode exigir uma bateria maior, despertando preocupações quanto a um possível superarquecimento do aparelho – que também exigiria componentes mais poderosos, como chips, o que pode elevar o custo final para o consumidor.

Ainda assim, Lixin Cheng, chefe da divisão móvel da empresa de comunicações chinesa ZTE, outra grande do setor, se disse convencido de que os celulares flexíveis serão a grande novidade no mercado de telefonia móvel.

A revista tecnológica Smart Life foi na mesma direção, afirmando que as telas flexíveis “serão, sem dúvida, a próxima grande revolução na telefonia”.

Fonte: BBC News Brasil

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