A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda que pode ser transmitida por meio da exposição direta ou indireta à urina de ratos e outros animais infectados pela bactéria Leptospira. A enfermidade pode ser transmitida, principalmente, por contato da pele machucada com água, lama de enchentes e alimentos contaminados. Pensando nisso, a Secretaria Municipal da Saúde orienta sobre alguns cuidados.
O Ministério da Saúde tem a leptospirose como um agravo de notificação compulsória, isto é, dados de casos suspeitos, confirmados ou surtos devem ser informados ao órgão para o desencadeamento das ações de Vigilância Epidemiológica e controle da doença. Nos últimos seis anos, a Capital notificou 165 casos suspeitos da doença, sendo apenas um confirmado desde então.
A incidência da enfermidade é concentrada nos trabalhadores da área da limpeza e desentupimento de esgotos, garis, catadores de lixo, agricultores, veterinários, tratadores de animais, pescadores, magarefes, laboratoristas, militares e bombeiros, entre outras profissionais.
A doença incide em todos os meses do ano nas áreas urbanas. Nas capitais e regiões metropolitanas apresenta um caráter epidemiológico mais grave, devido à alta incidência nas populações que vivem em aglomerações urbanas sem a adequada infraestrutura sanitária e com altas infestações de roedores.
Sintomas
O período de incubação da doença no homem pode variar de um a 30 dias. Os sintomas mais frequentes são parecidos com os de outras doenças, como a gripe e a dengue. Os principais são: febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, principalmente nas panturrilhas, pode ocorrer vômitos, diarreia e tosse.
Nas formas mais graves geralmente aparece coloração amarelada da pele e dos olhos e há a necessidade de cuidados especiais em caráter de internação hospitalar. O doente pode apresentar também hemorragias, meningite, insuficiência renal, hepática e respiratória, que podem levar à morte. A evolução para o coma e a morte pode ocorrer em cerca de 10% das formas graves.
A doença pode variar desde formas assintomáticas e subclínicas até quadros clínicos graves, associados a manifestações fulminantes. Nos casos leves o atendimento pode ser ambulatorial nas Unidades de Saúde da Família (USFs) e nos casos graves, visando evitar complicações e diminuir a letalidade é recomendada a hospitalização imediata. Em todos os casos, a automedicação não é indicada. Ao suspeitar da doença, a recomendação é procurar um serviço de saúde e relatar o contato com exposição de risco.
Prevenção
A prevenção da Leptospirose ocorre por meio de medidas de melhorias nas habitações humanas e o controle de roedores e outras medidas como:
– Evitar o contato com água ou lama de enchentes e impedir que crianças nadem ou brinquem nessas águas. Pessoas que trabalham na limpeza de lama, entulhos e desentupimento de esgoto devem usar botas e luvas de borracha (ou sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés).
– O uso de água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%) mata as leptospiras e deve ser utilizada para desinfetar reservatórios de água: um litro de água sanitária para cada 1.000 litros de água do reservatório. Para limpeza e desinfecção de locais e objetos que entraram em contato com água ou lama contaminada, a orientação é diluir 2 xícaras de chá (400ml) de água sanitária para um balde de 20 litros de água, deixando agir por 15 minutos.
– Controle de roedores – acondicionamento e destino adequado do lixo, armazenamento apropriado de alimentos, desinfecção e vedação de caixas d’água, vedação de frestas e aberturas em portas e paredes, etc. O uso de raticidas (desratização) deve ser feito por técnicos devidamente capacitados.
A Unidade de Vigilância e Controle Zoonoses (UVCZ) realiza o controle de roedores através de solicitação da comunidade, quando o cidadão solicita o serviço, ou através do monitoramento dos casos suspeitos de leptospirose. O trabalho é feito por meio de visita domiciliar, onde o agente de endemias vai analisar a situação e se necessário fará o uso de raticida. O cidadão é orientado dos cuidados que deve tomar para combater e prevenir o aparecimento de roedores em sua residência, os agentes entram em contato após 15 dias e se necessário retornam ao local. A solicitação do serviço pode ser realizada pelo telefone 3212-7918 ou na própria UVCZ, no setor de Entomofauna.