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Com medo de ficarem sem receber de empresa, servidores terceirizados de UTIs em hospitais estaduais do TO fazem carta aberta

Hospital Regional de Augustinópolis – Foto – Divulgação

Equipe Gazeta do Cerrado

Vários trabalhadores que foram terceirizados para trabalhar nas UTIs dos hospitais públicos estaduais no Tocantins, estão insatisfeitos e relatam medo de não receber salários atrasados e acerto trabalhista, da empresa Associação Saúde em Movimento no Tocantins (ASM).

Eles, que trabalham no Hospital Regional de Augustinópolis, no Bico do Papagaio,  divulgaram uma carta aberta nesta sexta-feira, 29, onde apelam até para o Governo. (Veja no final da reportagem).

O contrato entre o Estado e a Empresa termina neste sábado, 30, e não foi renovado. Com isso, os servidores deixam de fazer parte do quadro de trabalhadores dos hospitais.

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Entre os terceirizados estão Médicos, Enfermeiros , técnicos de Enfermagem , Fisioterapeutas, multiprofissional (Psicólogos, Assistentes Sociais , Nutricionistas, Farmácia, Técnico de Farmacêutico) Higienização (limpeza), Maqueiros.

Eles reclamam inclusive de atrasos constantes nos pagamentos, o que dificultou arcar com os compromissos.

“Já estamos dois meses sem receber. Pagamento deveria ser até o 5º dia útil mas desde janeiro não acontece conforme o contrato. Sempre após o dia 20 de cada mês. Estamos numa situação muito difícil em relação a empresa da Bahia ASM pra recebemos os salários. E além do mais, pelo histórico de péssima pagadora e intimidades de processos trabalhistas, estamos todos com receio de não recebermos. A equipe já não aguenta mais tamanho descaso. Pessoal tudo sem saber se vamos receber salários de agosto, setembro e acerto trabalhista”, contou à Gazetada um dos profissionais.

O que disse a SES-TO

A Secretaria de Estado da Saúde por sua vez informou que  que está com os repasses financeiros em dia para a empresa Associação Saúde em Movimento, a qual é responsável pelo pagamento dos recursos humanos por ela contratados, para atendimentos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

A Pasta destaca que uma equipe técnica já trabalha no processo de transição da atual empresa para a que irá assumir os serviços de UTI, do Hospital Regional de Augustinópolis (HRAUG), a qual será responsável pelo recrutamento da equipe multiprofissional.

Por fim, a Pasta enfatiza que não compactua com quaisquer atitudes que diferem do respeito nas relações de trabalho e atendimento humanizado aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e toda pessoa pode manifestar-se por meio da Ouvidoria do SUS, um canal seguro, para relatos de queixas e elogios a respeito dos serviços e acolhimentos recebidos nas unidades sob sua gestão. Os contatos são: (63) 3218-2025 ou o 0800 64 27200. As denúncias podem ser feitas de forma sigilosa. Todas as denúncias recebidas são abertos processos investigativos e tomadas as medidas legais cabíveis.

A Gazeta do Cerrado também entrou em contato com a ASM. Em nota, a empresa afirmou que depois de várias tentativas de negociação, Associação Saúde em Movimento (ASM) decidiu em comum acordo com o governo do Estado devolver ao poder público a administração de 60 leitos de UTI, do Hospital Regional de Augustinópolis (10), Hospital Geral de Palmas (20), Hospital e Maternidade Dona Regina (20) e Hospital Regional de Porto Nacional (10).

O repasse de verba do governo para administração dos leitos nunca cobriu os custos elevados, dada a complexidade e taxa de ocupação. Desde o fim do ano passado, a Associação tenta um reequilíbrio financeiro contratual. Diante da resistência do poder público, foi preciso rescindir parte do contrato com o governo do Estado. A ASM segue cuidando de 50 leitos no Hospital Geral de Palmas e 20 no Hospital Regional de Araguaína, prestando atendimento de qualidade com total atenção aos pacientes.

Em função do desequilíbrio financeiro dos contratos, a ASM está neste momento com algumas pendências. Mesmo acumulando prejuízo, a ASM nunca deixou de atender o paciente, mantendo a prestação do serviço.

Leia carta aberta dos funcionários

Insatisfação dos Funcionários da Empresa ASM – ASSOCIAÇÃO SAÚDE EM MOVIMENTO NO TOCANTINS

Excelentíssimo Senhor Governador Wanderlei Barbosa, como a última tentativa de solucionarmos essa situação tão triste, por sabermos o homem humilde e sensível às causas sociais do povo Tocantinense, nos dirigimos a você.
Gostaríamos de expressar nossa preocupação e descontentamento em relação à situação dos funcionários da Empresa ASM – ASSOCIAÇÃO SAÚDE EM MOVIMENTO que prestam serviços nas UTI’S do ESTADO DO TOCANTINS.

Temos observado nos últimos 9 meses uma recorrência preocupante de atrasos no pagamento dos salários desses profissionais, onde até o momento não foi pago o mês de agosto e agora setembro já que estamos concluindo o mês amanhã, cumprindo o Aviso Prévio. Esta situação tem gerado uma significativa insatisfação entre os colaboradores, os quais enfrentam dificuldades financeiras para arcar com despesas essenciais, como moradia, transporte e inclusive alimentação.

É importante ressaltar que a dedicação e o profissionalismo destes funcionários são cruciais para a operação eficiente e a qualidade dos serviços prestados nas UTI’S em Vários Hospitais do Estado. Entretanto, a persistência desses atrasos tem prejudicado não apenas o bem-estar financeiro dos colaboradores, mas também o clima organizacional e a motivação para desempenhar suas funções.

Além disso, é crucial considerar os impactos potenciais na qualidade do atendimento ao paciente. Pois os Funcionários que enfrentam dificuldades financeiras significativas podem estar menos concentrados e comprometidos com suas tarefas, o que pode afetar diretamente a excelência do cuidado proporcionado aos pacientes.

Diante deste cenário, solicitamos encarecidamente ao Governo do Estado que intervenha em prol dos Pais e Mães de Família que sejam tomadas medidas urgentes para regularizar os pagamentos dos salários atrasados e também do acerto trabalhista.

Atenciosamente FUNCIONÁRIOS DA EMPRESA ASM NO TOCANTINS

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