A taxa média anual de desemprego do Tocantins reduziu 6,9 pontos percentuais (p.p) em 2022, na comparação com 2021 (de 13,3% para 6,4%) e registrou o menor índice da série histórica, que teve início em 2012. O contingente médio de desocupados no estado no ano passado totalizou 50 mil pessoas, um recuo de 51 mil (-50,4%) em relação ao ano anterior, quando a estimativa havia sido de 101 mil pessoas. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (PNAD Contínua), divulgada nesta terça-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Confirmando a recuperação em 2022, outros índices do mercado de trabalho tocantinense também se destacaram e chegaram ao maior patamar da série histórica. A população média anual ocupada do estado cresceu 12,4% em comparação com 2021, um incremento de cerca de 81 mil pessoas, chegando a 736 mil. Já o nível de ocupação registrou percentual de 57,8% em 2022, uma alta de 4,9 pontos percentuais frente ao ano anterior.
Considerando apenas o índice do trimestre de outubro a dezembro de 2022, a pesquisa revela que a taxa de desocupação no Tocantins não teve uma queda significativa se comparada ao trimestre anterior, pois saiu de 5,6% para 5,2%, ou seja, uma variação de apenas -0,4 p.p. Já contrastada com o mesmo período de 2021, a PNAD Contínua Trimestral mostra que a taxa declinou de 9,6% para 5,2% (-4,4 p.p.). Em números, a população desocupada registrou recuo de 33 mil pessoas no paralelo entre o 4º trimestre de 2021 com 2022, passando de 74 mil pessoas para 41 mil.
A pesquisa aponta que o nível de ocupação no estado passou de 55,1%, no último trimestre do ano passado, para 58,9% no mesmo período de 2021 e o contingente da população ocupada registrou crescimento de 8,6%, saindo de cerca de 693 mil para 753 mil. Conforme os dados divulgados pelo IBGE, também houve recuo na população fora da força de trabalho (pessoas em idade de trabalhar, mas que não estão procurando emprego): de 491 mil para aproximadamente 485 mil tocantinenses.
De acordo com o levantamento, houve alta no número de trabalhadores formalizados no estado. O IBGE estima que eles passaram de 169 mil pessoas para 180 mil, ou seja, 54,5% dos empregados do setor privado (excluindo trabalhador doméstico) tinham carteira de trabalho assinada, os demais 45,5% (150 mil pessoas) trabalhavam sem carteira entre outubro e dezembro de 2022. No trimestre anterior, também era menor o contingente de trabalhadores informais (127 mil pessoas). No mesmo trimestre de 2021, eram 101 mil, assim sendo, houve um aumento de 48,51% no comparativo.
O índice de pessoas ocupadas trabalhando por conta própria no Tocantins, no período pesquisado, foi de 21,2%, ante 24,4% no trimestre anterior. Considerando o ranking nacional, o estado registrou o segundo menor percentual do país, perdendo apenas para o Distrito Federal (19,4%).
A PNAD Contínua aponta que a taxa de informalidade ainda é alta no estado e ficou estável, passando de 43,6% da população ocupada no terceiro trimestre de 2022 para 43,9%, no quarto trimestre. Para o cálculo da taxa de informalidade são consideradas as seguintes populações: empregado no setor privado sem carteira de trabalho assinada; empregado doméstico sem carteira de trabalho assinada; empregador sem registro no CNPJ; trabalhador por conta própria sem registro no CNPJ; trabalhador familiar auxiliar.
Cenário nacional
A taxa de desocupação do país no 4° trimestre de 2022 foi de 7,9%, caindo 0,8 ponto percentual em relação ao trimestre de julho a setembro do mesmo ano (8,7%) e 3,2 p. p. frente ao mesmo trimestre de 2021 (11,1%). Já a taxa média anual recuou de 13,2% em 2021 para 9,3% em 2022, uma retração de 3,9 p.p.
O resultado anual é o menor desde 2015, mostrando que o mercado de trabalho não apenas confirma a tendência de recuperação após o impacto da pandemia da COVID-19, como ultrapassa o patamar pré-pandemia. “O ano de 2021 foi de transição, saindo do pior momento da série histórica, sob o impacto da pandemia e do isolamento ocorrido em 2020. Já 2022 marca a consolidação do processo de recuperação”, explicou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.