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Com questionamentos, militarização do ensino no Tocantins divide deputados

Maju Cotrim

Os deputados estaduais discutiram em plenário sobre a militarização do ensino no Tocantins e divergiram nas opiniões. Alguns parlamentares discordaram do alto número de escolas militares no Estado. Tocantins deve ter pelo menos 30 até o próximo ano.

O deputado Valdemar Junior disse que não é contra ajuda e contribuição da Polícia Militar nas escolas estaduais. “Porque não damos a mesma autonomia para o corpo docente da secretaria de Educação?”, disse. Ele afirmou que antes existia um regramento para os alunos nas escolas.

“As coisas inverteram… aluno quer agir como rei na escola. Tudo pode tudo e permissivo”, afirmou. Segundo ele, falta apoio do governo para as escolas.

O deputado delegado Herrison disse que militarizar as escolas não é a solução que segundo ele nem tem efetivo para isso. Segundo ele, alguns alunos agem como intocáveis. “Há uma inversão de valores muito grande hoje”, disse ao relatar algumas ofensas contra professores. Ele defendeu mecanismos para fortalecer a autoridade do professor.

O deputado Elenil da Penha afirmou também ser contra e questionou o fato das escolas militares receberam mais investimentos que as outras. “Não há como discutir educação sem a presença dos professores, sem que eles estejam neste debate”, disse. Ele alertou ainda para a inserção das pessoas mais simples que não conseguem passar na prova de seleção dos colégios militares.

A deputada Vanda Monteiro disse que nenhum militar substitui um professor.

O deputado Issam Saado falou da necessidade de concurso público para a área da Educação. Ele defendeu a criação de uma comissão paga avaliar os contratos de professores.

Léo Barbosa disse que apenas 7% das escolas em Palmas são militares.

O deputado Zé Roberto Forzani questionou a exclusão dos alunos especiais nos colégios militares.

A deputada Valderez Castelo Branco se manifestou favorável aos colégios militares pela disciplina, hierarquia e respeito.

O deputado Junior Geo que é professor disse que a ausência dos pais na criação e formação de caráter dos filhos faz com que a criança ache que tudo que quer vai conseguir. “Estamos invertendo valores”, disse. Ele afirmou que é bom ter modelos de escolas militares mas que é preciso repensar os valores.

O líder do governo, deputado Gleydson Nato disse que a secretaria de Educação trabalha para melhorar a cada dia. Conforme o líder, das 499 escolas estaduais apenas 11 são militares. “Só não pode ter colégio militar município que tem apenas uma escola. Toda equipe pedagógica e da secretária formados nas áreas afins. É uma escola moderna e eficaz”, disse.

Segundo ele, a metodologia das escolas militares é diferente e agrada os pais.

 

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