Depois de atrasos e diante de um prazo apertado para realizar a distribuição da vacina, o Brasil deve receber nesta semana três milhões de doses das vacinas contra a covid-19 da Janssen, braço laboratorial do grupo Johnson & Johnson.
O novo número de doses é bastante aguardado, principalmente porque as vacinas dessa fabricante em específico são de apenas uma dose, o que significa que o montante recebido hoje será o suficiente para imunizar 3 milhões de brasileiros, que se juntarão 23,7 milhões que já receberam duas doses de outras fabricantes, como AstraZeneca, Sinovac e Pfizer.
As vacinas, que estavam previstas para chegar nos últimos dias, atrasaram por conta de uma decisão da agência reguladora dos EUA, a FDA, que só concedeu a permissão de envio dos imunizantes no sábado, 12.
Com validade inicial de 27 de junho, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a ampliação do prazo de três para quatro meses e meio, sob condições de armazenamento de 2° a 8° C. A decisão ocorreu em uma reunião dos diretores na segunda-feira, 14, e vai no mesmo sentido do que já tinha decidido a FDA, a agência reguladora dos Estados Unidos. Com isso, os imunizantes irão vencer apenas no inicio de agosto.
As doses seriam entregues somente às capitais. O prazo maior dá mais segurança para a distribuição.
A chegada dos imunizantes pode ajudar a manter os níveis de vacinação do Brasil na casa dos milhões por dia e evitar um problema que espreita a estratégia no país: a falta de segundas doses nos próximos meses, especialmente as da AstraZeneca, que têm tempo maior entre as aplicações, de até 3 meses.
Assim como a vacina da AstraZeneca, a vacina da Janssen é baseada em um adenovírus, que é unido ao material genético das proteínas da espícula do coronavírus (que são usadas pelo vírus para infectar as células humanas). A vacina tem armazenagem em geladeiras normais, em temperaturas de 2°C a 8°C, o que deve facilitar a imunização.
Durante a fase de estudos, a vacina teve 72% de eficácia nos testes realizados nos Estados Unidos, e 66% na América Latina, acima da taxa de 50% exigida pela Anvisa.