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Cometa verde está de passagem pelo céu brasileiro; Confira dicas para ver a rara aparição do astro

O cometa carrega material volátil que incendeia ao se aproximar do sol, o que gera o brilho intenso. — Foto – Reprodução/Instagram/c.2022e3ztf/David Cruz

O cometa C/2022 E3 (ZTF) passará pela Terra depois de 50 mil anos desde a sua última aparição. No Brasil e em todo Hemisfério Sul ele será visível a partir do dia 1° de fevereiro e deve permanecer localizável no céu até o dia 10.

Abaixo, veja dicas valiosas para aumentar sua chance de acompanhar a rara aparição do astro, que terá uma coloração esverdeada.

1. O que é preciso para encontrar o cometa passando pelo céu?

 

Cássio Barbosa, astrônomo do centro universitário FEI, explica que é preciso estar em um local bem escuro. Isso porque o cometa está com um brilho considerado fraco, no limite do que o olho humano consegue captar. Como a Lua está em fase crescente, seu brilho pode atrapalhar. Para ver com nitidez, ele recomenda um binóculo, mas é possível enxergar a olho nu.

Como ele muda muito de posição de uma noite para outra, o melhor jeito é se valer da ajuda da tecnologia. Existem aplicativos gratuitos, como o Stellarium e o Star Walk, que permitem ver a localização dos astros no céu e saber para onde é preciso olhar.

  • Na noite do dia 4 ele estará muito perto de uma estrela brilhante azulada chamada Capela, apontando para o Norte;
  • Já no dia 10 estará muito próximo de Marte, que emite um brilho alaranjado, e está localizado na constelação de Touro. Ou seja, um pouco mais no alto, já que Capela fica mais próxima do horizonte.

 

2. Durante quantas noites será possível ver o cometa?

 

A partir de 1° de fevereiro até o dia 10 o cometa será visível durante a noite em sua trajetória pelo céu do Hemisfério Sul.

3. Do que é feito um cometa?

 

O astrônomo diz que um cometa é uma grande rocha coberta de “gelo sujo”, porque outros materiais estão embutidos em sua composição.

  • No caso do E3, é o cianeto que concede a coloração esverdeada. Em geral, há também a presença de nitrogênio, gás carbônico e poeira.

 

4. Por que demora tanto para passar pela Terra?

 

Esse cometa vem da região que a gente costuma dizer que é o reservatório dos cometas de longo período, a Nuvem de Oort, que é uma sobra da formação do sistema solar, como se fosse uma bolha muito distante.
— Cássio Barbosa, astrônomo do centro universitário FEI

De vez em quando uma dessas bolas de gelo mergulha nas imediações da Terra. Pela grande distância e por causa da fraca atração exercida pelo Sol, o cometa demora a passar.

Segundo o astrônomo, a parte mais acelerada da trajetória será quando ele passar perto do Sol. Se a sua órbita não for desviada por Júpiter, Saturno ou pelo próprio Sol ele acabará voltando para a nuvem. Isso foi o que ocorreu com o E3, que volta agora.

5. Tem como prever quando o cometa voltará?

 

Não. Porém, quando estiver passando próximo a Júpiter será possível ter uma ideia da perturbação exercida pela gravidade do grande planeta, o que pode ou não desviar a órbita do astro.

Além disso, ele pode rachar ou sofrer erupções muito fortes que podem acabar despedaçando-o, o que acontece várias vezes, segundo o astrônomo.

“Sofrendo essa atração de Júpiter ele pode inclusive passar a ter uma órbita menor”, diz Barbosa.

6. Como os astrônomos sabem que ele já passou por aqui?

 

Barbosa afirma que a velocidade de chegada do astro é o que permite chegar à conclusão.

“Quando ele está chegando perto do Sol, ele vem com uma velocidade, e como a gente sabe que é o Sol que está atraindo a gente pode fazer o cálculo ao contrário a partir da velocidade e da aceleração que o Sol fornece, para então a gente ver qual era a distância dele”, diz.

Assim se determinou que ele saiu há 50 mil anos de uma região perto da Nuvem de Oort, de onde frequentemente alguns astros partem e para onde retornam depois de percorrer sua própria órbita.

7. Existem outras cores de cometa?

 

A maioria dos cometas tem uma cor esbranquiçada, com uma leve tendencia para um amarelo pálido. Além dos tons claros, o esverdeado é o mais comum por causa da presença do cianeto.

Fonte – g1 ciência

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