“Já em cidades menores, um surto mais intenso acaba sobrecarregando o sistema de saúde, sendo mais desafiador responder, portanto, aos casos de gripe.”

Dalziel comenta que o estudo não traz respostas sobre o que seria uma cidade ideal, apenas aponta que as cidades maiores e mais complexas estão menos suscetíveis às questões ambientais no que toca à transmissão da gripe – por isso, nestas, as epidemias tendem a ser mais espaçadas.

Ele frisa que um grupo de trabalho multidisciplinar seria o melhor para pensar em como aplicar tais informações de forma a diminuir as doenças. Mas supõe que uma melhor organização das cidades grandes, repensando os eixos de residência e trabalho de modo a diminuir os deslocamentos diários, poderia ajudar – e muito. Seria o urbanismo a favor da saúde pública.

“De certa forma, precisamos repensar como as pessoas se movimentam e gastam o seu tempo diariamente”, afirma.

De acordo com a epidemiologista Viboud, esta é a grande novidade do estudo. “Ao longo de muito tempo, sempre a literatura tratou das questões climáticas sobre a transmissão da gripe”, ressalta.

“Porém, isto não contemplava os motivos de diferenças tidas como inexplicáveis entre as cidades. Este estudo mostra que, sem considerar o urbanismo, a leitura não fica completa.”

Os cientistas acreditam que a pesquisa pode ser muito importante para aqueles que formulam políticas públicas de saúde. O estudo aponta que o foco de atuação no combate à gripe tem de ser diferente conforme o tamanho da cidade.

Em regiões metropolitanas, os esforços precisam ser maiores na redução da disseminação do vírus. Já as pequenas cidades devem se concentrar em combater os casos existentes, em reduzir os danos.

Fonte: BBC News