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Como manipular o cérebro para evitar exaustão e estresse? Veja 5 dicas

Foto: Divulgação

Uma das recomendações que sempre faço a jovens, adultos e idosos é adquirir conhecimentos básicos sobre como eles funcionam como indivíduos, incluindo sua mente e seu organismo em geral — diz Marian Rojas Estapé, médica especializada em psiquiatria e autora de “Encontre a sua pessoa vitamina”. Para a especialista, é necessário conhecer a si mesmo e ter a capacidade de dizer “isso é o que acontece comigo em situações estressantes”.

Se, por exemplo, “você é uma das pessoas que têm problemas de coluna, precisa saber que, diante do estresse, essa área do corpo é a que lhe enviará o aviso de que algo está errado; a mesma coisa acontece com quem tem visão turva repentinamente, alterações na pele, no sistema digestivo ou adormecimento das mãos”, acrescenta.

Em uma palestra do programa Aprendemos Juntos 2030, a plataforma do banco BBVA que compartilha conteúdos motivacionais, o psiquiatra compartilha dicas para enfrentar o ritmo acelerado da vida atual e lidar com sucesso em situações de estresse, medo e frustração. O objetivo final é ser capaz de prevenir e gerenciar esses estados negativos que inibem o bem-estar de forma saudável.

A primeira dica que Rojas Estapé oferece é a importância do autoconhecimento, ou seja, “saber quem eu sou e como sou: ‘sou tímido, sensível, impulsivo, obsessivo, perfeccionista? Penso muito em tudo? Sou desconfiado, dependente da opinião dos outros ou inseguro’”, diz ela. E em nível psicológico, ela sugere fazer a si mesma as seguintes perguntas: “tenho muita ansiedade, ataques de pânico ou tenho tendência a ficar triste?

Para a médica, fazer um pequeno diagnóstico de si mesmo é fundamental para entender quais são os fatores que geram estresse ou colocam alguém em alerta.

Podem ser pessoas, coisas, lembranças, momentos, circunstâncias. Quando você conhecer esses gatilhos, verá como sua personalidade se transforma diante do estresse” — diz ela.

Segundo a médica, quando uma pessoa está sob muito estresse, ela tende a ficar mais vulnerável. Nesse sentido, “a pessoa tímida, por exemplo, bloqueará, a pessoa impulsiva será mais agressiva, o perfeccionista terá um sentimento de insatisfação vital porque nada corresponde ao que ele quer”, diz Rojas Estapé.

O segundo ponto que a especialista lista para controlar o estresse é ter a capacidade de levar uma vida o mais anti-inflamatória possível. Em relação a isso, ela acredita que muitas pessoas vivem com muita incerteza e tensão e, portanto, têm um estado constante de inflamação.

No entanto, nesse caso, ela enfatiza que a alimentação também desempenha um papel fundamental, já que há muitos alimentos que comprovadamente inflamam o organismo. Mesmo assim, Rojas Estapé observa: “sem ficar obcecado, a má alimentação deve ser a exceção e não a regra”.

O hábito de dormir é outro dos pontos que o especialista aborda para se viver em paz.

— Quando alguém dorme mal, a probabilidade de um colapso é muito alta. Durante o descanso, recompomos nossa mente, nosso organismo, nosso sistema imunológico e nosso hipocampo, que é a área de arquivo da memória — explica Rojas Estapé e comenta que o problema é que hoje em dia “dormimos muito mal devido ao uso de telas e preocupações”.

Em quarto lugar, a especialista recomenda aplicar o que ela chama de “rotas de fuga do estresse”. Ela diz que isso envolve exercícios físicos regulares porque purificam o corpo; ela também sugere educar a voz interior essencial para “me apoiar e não me afundar”.

Além disso, ela recomenda selecionar cuidadosamente as pessoas que o cercam porque, às vezes, “conviver com pessoas que me colocam em modo de alerta e ativam o sistema nervoso simpático pode me ajudar a ser mais eficiente e eficaz no início, mas se eu continuar com isso ao longo do tempo, corro o grande risco de ficar doente”, diz a psiquiatra.

Por fim, Rojas Estapé aconselha a pensar sobre “qual é o meu significado e considerar o que quero alcançar nesta vida”. Esse é um momento em que “tenho de me ver em perspectiva, para onde estou indo e trazer à tona o melhor que tenho dentro de mim, porque quando consigo me desconectar do modo de alerta e me conectar com o modo de relaxamento e simpático, recupero meu corpo, minha mente, minhas habilidades e meu sistema imunológico para enfrentar os desafios que surgem no meu dia a dia”, explica. Para esses casos, ela diz que a meditação, o relaxamento e a respiração consciente funcionam muito bem.

Rojas Estapé conclui enfatizando a importância de uma simbiose entre a mente e o corpo, que abre as portas para “um mundo empolgante”.

Fonte: O Globo

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