Em comemoração ao Dia do índio, 19 de abril, uma grande festa foi realizada na aldeia Porteira, na cidade de Tocantínia, a 87 km de Palmas. Mais do que uma celebração da cultura indígena, o encontro focou uma troca de experiências. Na ocasião, o povo Xerente apresentou danças e competições esportivas típicas da comunidade, enquanto integrantes da companhia de teatro Art’Sacra ofereceram uma oficina de teatro e formaram o primeiro grupo de teatro indígena da região.
De acordo com o diretor da Companhia, Valdeir Santana, trata-se de um acordo mútuo de cooperação, após a participação dos indígenas no espetáculo da Paixão de Cristo 2018, onde homens e mulheres da comunidade integraram o elenco de atores e figurantes da peça teatral, apresentada da Praça dos Girassóis. Cerca de 350 indígenas Xerente participaram da oficina realizada nesta quinta-feira, 19. As aulas de teatro na comunidade acontecerão mensalmente na aldeia, ministradas pelos integrantes da Art’Sacra.
Manoel Xerente conta que a participação na Paixão de Cristo foi essencial para despertar o interesse da comunidade pelo teatro. “A partir daquele espetáculo, criamos um novo caminho de parceria do nosso povo com a Art’Sacra, entendendo que podemos utilizar o teatro para contar a história do nosso povo, valorizando também a parte cultural do povo Xerente”, ressalta.
Grupo
Ator da Cia Art’Sacra, Shalom Bezerra contou a oportunidade da criação do grupo de teatro na Aldeia Porteira como uma experiência ímpar. “É uma inserção social muito bacana, com a miscigenação dos integrantes da nossa companhia com os indígenas. Creio que iremos desenvolver um trabalho muito bacana nas aldeias incluindo o teatro como atividades deste povo”, conta o ator.
O ator e fotógrafo Thiago Walbrink destacou a receptividade da comunidade. “Foi uma experiência incrível, a gente compartilhou e aprendeu muito com esse momento. Estou muito feliz com essa integração cultural e criamos esse pontapé inicial da interação com os jovens e a ferramenta do teatro para disseminação da cultura desse povo”, conclui.
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