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Comunidade Kalunga apresenta coleção e desfile de moda em Arraias

Integrando as ações da agenda dos 80 anos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ocorreu nesta segunda-feira (10), no Câmpus da UFT em Arraias, uma Roda de Conversa sobre turismo e patrimônio cultural e paisagístico do Tocantins com a técnica da Superintendência do Instituto no Tocantins, Cejane Pacini. Além do encontro com a técnica, houve uma apresentação da primeira coleção da marca Tuya Kalunga, de Maria Helena Serafim da comunidade Tinguizal-Kalunga de Monte Alegre de Goiás. As atividades aconteceram no auditório do prédio Bala, na Unidade Buritizinho do Câmpus Universitário Professor Dr. Sérgio Jacintho Leonor em Arraias.

Cejane enfatiza que o foco foi nas potencialidades do Tocantins, citando o projeto de extensão Mapeando o Patrimônio Cultural nas Serras Gerais, desenvolvido pelo Curso de Turismo Patrimonial e Socioambiental em parceria com o Iphan. “O turismo é ‘âncora’ para o desenvolvimento local, mas é preciso, primeiro, conhecer as potencialidades; segundo, trabalhar a comunidade e; terceiro, desenvolver roteiros turísticos”, antecipou a técnica.

Ela aponta ainda que é necessário que as comunidades se apropriem de que há um potencial para ser explorado quanto ao patrimônio cultural e paisagístico-cultural, de modo a torná-los, efetivamente, vetores para o desenvolvimento das próprias comunidades. Esta primeira parte do evento

 

Moda Kalunga
A primeira parte do evento será a Roda de Conversa com a técnica Cejane, das 19h até às 20h30. Em seguida ocorrerá o desfile da Coleção Tuya Kalunga. A coordenadora do curso, professora Valdirene Gomes dos Santos de Jesus, enfatizou que o curso tem “compromisso de promover  debates e ações de fortalecimento do património Cultural do Sudeste do Tocantins e Nordeste Goiano, principalmente das comunidades quilombolas da região de forma a potencializar o protagonismo dessas comunidades”.

Peças da primeira Coleção Tuya Kalunga serão apresentadas em desfile no Câmpus de Arraias (Foto: Divulgação)

O professor Bruno da Veiga, do Instituto Federal Goiano (Monte Alegre de Goiás) e colaborador do projeto que gerou esta primeira Coleção Tuya Kalunga, relembra que num passado recente as mulheres das comunidades plantavam algodão, fiavam e teciam as próprias roupas. “O ofício de fazer a própria  roupa Kalunga está associado ao desenvolvimento das comunidades, e também é uma linguagem que comunica a sua cultura, identidade, a memória, a dança e a arte por meio das saias rodadas, dos bordados e das imagens pintadas no vestuário. O projeto de moda afrodescendente resgata e reflete a luta e resistência das populações negras quilombolas”, diz.

Depois do desfile aconteceu uma apresentação de sússia (suça) por integrantes da Comunidade Quilombola Kalunga de Monste Alegre de Goiás.

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