Maria Cotrim
A polêmica sobre o concurso da Assembleia Legislativa do Tocantins afeta não só os deputados estaduais mas principalmente os interessados a realizar o certame. Tudo começou nesta quarta-feira, 19, quando o deputado José Bonifácio foi o primeiro a questionar Ele alega que os deputados não foram comunicados antes de todos os detalhes e disse que o certame está estranho.
Ele, com apoio de outros 12 parlamentares, apresentou um requerimento de suspensão do certame que já teve a urgência aprovada. O pedido ainda tramita e deve ter desfecho somente na próxima semana. Assinaram o projeto de decreto legislativo que pede a suspensão do concurso: José Bonifácio, Toinho Andrade, JOsé Roberto, Cleiton Cardoso, Junior Evangelista, Luana Ribeiro, Eli Borges, Valderez Castelo Branco, Mauro Carlesse e Eduardo do Dertins.
O Concurso é antes de tudo também uma queda de braço política na Casa de Leis entre o grupo que apoiou Damaso na presidência e o que elegeu Carlesse como novo presidente da Casa de Leis. Alguns parlamentares não querem falar abertamente sobre a polêmica.
Bonifácio argumenta que o impacto será de mais de R$ 1 milhão por mês com os novos concursados e que a Assembleia não tem condições de arcar com isso. “Tem o primo pobre e o primo rico”, disse se referindo ás condições financeiras de se pagar altos salários.
O próximo presidente já eleito da Assembleia, Mauro Carlesse, quer a suspensão. “Com certeza o concurso terá em outra oportunidade, é uma questão de ajustes nos cargos e salários”, disse.
O membro da mesa diretora, Elenil da Penha, falou á Gazeta que defende a continuidade do certame.”Se tiver que adequar, que seja adequado. Qual o objetivo de suspender? qual objetivo? É conversa para a lua, isso aí são os dinossauros da política que não aguentam ver a coisa acontecer”, disse alfinetando o deputado Bonifácio.
Bonifácio questiona os salários oferecidos para Procurador, que pode chegar a R$ 39 mil até o final de carreira, segundo ele. “Assistente administrativo ganhar R$ 5 mil reais é muito estranho. Eu não gostaria de ter um parente meu nessa lista porque quem passar, se esse concurso prevalecer, estará sob suspeita”, disse.
Um grupo de deputados defende a suspensão do certame e formação de uma comissão de parlamentares para analisar a realização de outro certame. “O concurso vai sair, sabemos da realidade mas temos que analisar os detalhes”, disse o deputado Ricardo Ayres a mencionar a apreensão dos concurseiros.
O Ministério Público Estadual já recomendou realização imediata de concurso na Casa de Leis tendo em vista o alto número de comissionados em virtude dos efetivos.
O Concurso
O edital do concurso foi publicado nesta quarta-feira (19) pela Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino e Assistência (Funrio). A taxa de inscrição é de R$ 98 para cargos de nível médio, R$ 125 para nível médio especializado e R$ 200 para nível superior.
As provas objetivas estão previstas para o dia 18 de dezembro deste ano.
Vagas
No nível fundamental serão oferecidas vagas para auxiliar administrativo e de segurança. No nível fundamental especializado as vagas são para motorista. No nível médio as vagas são para assistente administrativo.
No nível médio especializado as vagas são para: audioeditoracão, cinegrafia, fotografia, locução, manutenção em informática, operador de computadores, programador de computadores, assistente técnico em segurança do trabalho, assistente técnico em áudio, assistente técnico em contabilidade e assistente técnico em enfermagem.
No nível superior, as vagas são para auditoria e controle interno, cerimonial, contabilidade, administração, jurídica parlamentar, analista de sistemas, relações públicas, assistente social, economista, enfermagem, jornalismo, área médica, odontológica, pedagógica, publicidade, revisão e procurador jurídico.
Procurador
Também estão sendo oferecidas seis vagas imediatas para o cargo de procurador jurídico, além de quatro para cadastro reserva. O vencimento é de R$ 25.406,66. A taxa de inscrição para esse cargo é de R$ 250. O edital para este cargos está disponível aqui.