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Conflito em loteamento em Taquaruçu: moradores alegam violência e dizem querer comprovação de propriedade

Equipe Gazeta do Cerrado

Conforme a Gazeta do Cerrado noticiou no último sábado, 2, houve um episódio de conflito entre famílias de Taquaruçu  que alegam que as terras de 200 alqueires seriam da União e não da família Barbosa. O ex-prefeito de Palmas, Fenelon Barbosa, 80 anos, vive no local. Ele é pai do vice-governador Wanderlei Barbosa, do deputado estadual Léo Barbosa e ainda do presidente da Câmara, Marilon Barbosa.

A Gazeta ouviu o vice-governador, Wanderlei Barbosa que diz que o pai é dono há mais de 50 anos e que a terra pertence também há outras nove pessoas da família.

Apos as declarações do vice-governador, moradores entraram em contato para contarem duas versões para o ocorrido ontem que resultou numa pessoa atingida por bala de borracha.

O que diz família de moradores

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A costureira Clelia Lima de Carvalho, 35 anos e seu esposo João Batista da Silva contaram suas versões do fato á Gazeta do Cerrado.

Eles alegam que compraram lote no loteamento que pertenceria a Fenelon e que pararam de pagar porque a terra seria da União. “Vínhamos pagando tudo direitinho, quando foi setembro ou outubro saiu uma reportagem falando que essa serra não era dele(de Fenelon Barbosa)e sim da União”, conta.

Ela conta que suspendeu o pagamento enquanto eles não provassem a propriedade da terra. “Falaram que iam mostrar os documentos mas não mostraram. Somos trabalhadores e nunca juntaram o pessoal aqui para dar uma resposta. Nos últimos dias algumas pessoas invadiram um território aqui na nossa frente, fomos jogar dominó quando vimos um fogo no pessoal da invasão, meu esposo correu para apagar o fogo quando chegou uma caminhonete e mandou ele parar”, relatou.

Ela diz que não teria sido a polícia e sim supostos capangas. A moradora conta que chamou a polícia por telefone e que quando iam para o posto policial foram parados por uma caminhonete e colocaram arma no marido dela. ‘Puxou meu braço e ele me deu um murro no pé do ouvido, na hora comecei a derramar sangue”, disse. Ela afirma que a Polícia seguiu para a invasão e não deu assistência a ela. O momento da agressão, conforme a moradora, foi após ela fazer um registro com o celular.

“Depois que eu fui para a delegacia”, pontuou.

O Loteamento Serra Bonita em Taquaruçu tem atualmente 40 familias, segundo os moradores. Ela fez o Boletim de ocorrência e disse que eles vão continuar buscando comprovação de quem realmente pertence as terras . “Vou onde for preciso, no Ministério Público, não me nego a pagar se me mostrar o documento”, disse.

Ela lamentou a violência que sofreu. “Hoje eu sei o que uma mulher sente ao apanhar de um homem e ver seu marido com uma arma na cabeça”, disse.

Ela encaminhou á Gazeta cópia do Boletim de ocorrência, bem como de documento que mostra pagamento de uma parcela do lote onde mora no local. Ela mostrou também ficha de atendimento em uma unidade de saúde onde foi atendida com ouvido sangrando.

O que diz a família Barbosa?

Áudios circularam no WhatsApp e diziam que o ex-prefeito de Palmas e pai do vice-governador Wanderlei Barbosa, Fenelon Barbosa estaria envolvido na confusão.

Após o incidente, o vice-governador Wanderlei Barbosa explicou em entrevista à Gazeta do Cerrado sua versão do ocorrido. Ele deixou claro que seu pai sequer tem arma e que não fez nenhum disparo contra ninguém.

Ele diz que a área é do pai há mais de 50 anos e que por isso pediu apoio á polícia para retirar os que estavam invadindo, segundo ele. “ O que eu vi ali foi uma perseguição grande”, Comentou.

A área tem 220 alqueres mas é dividida entre Fenelon e os filhos, são 10 donos ao todo.

O vice governador disse que estava num velório de uma familiar em Aparecida quando ficou sabendo de um movimento que estaria tentando invadir terras do pai. “Ele tem essa terra há 50 anos, ele tem 80 anos”, explicou.

“Pedimos apoio da polícia militar para não tomarem uma propriedade que é dele. Meu pai não tem arma nem tem necessidade de ter, ele não sai para lugar nenhum porque é grupo de risco”, disse.

Ele afirmou que há parte de segmentos que chamam ele de invasor mas que ele tem o direito de propriedade.

“Estamos tranquilos, não somos de briga, nunca tivemos nenhuma discórdia que terminasse em confronto com ninguém”, disse.

“Querem dar uma cara para um problema que não é, não vamos permitir que isso aconteça”, disse.

Ele informou que a família vai pedir retratação na justiça por áudios que citaram seu pai. “Danos Morais grande para uma figura que tem um nome a zelar. Quem fez todo procedimento foi a policia e não nós”, disse.

A Gazeta solicitou informações do Incra sobre a área e também posicionamento da PM sobre a ação no local. O espaço está aberto para posicionamento da Polícia.

Veja os documentos apresentados pelos moradores:

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