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Consciência Negra: Escolas tocantinenses trabalham temática racial em vários projetos

Os movimentos da Semana da Consciência Negra estão presentes nas escolas estaduais do Tocantins, como resultado do trabalho realizado durante todo o ano letivo. A culminância de diversos projetos desenvolvidos nas unidades de ensino foi apresentada esta semana em alusão ao Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, presente no Calendário Escolar do Estado. As atividades ressaltam a importância do reconhecimento da cultura afro-brasileira e suas especificidades sociais, étnicas e culturais para a construção da identidade do país, tal qual preconiza a lei 10.639 sancionada em 2003, que alterou o artigo 26-A da Lei de Bases e Diretrizes da Educação Brasileira

As ações alinhadas pela Gerência de Currículo e Avaliação da Aprendizagem da Secretaria da Educação (Seduc) foram realizadas com o protagonismo de alunos da rede estadual de ensino, apresentando e evidenciando a importância das raízes afrodescendentes na história brasileira, até os dias atuais, nas mais variadas formas de expressão, como palestras, oficinas, desfiles, apresentações musicais, teatrais e feiras de artesanatos.

Neste contexto, os educadores enfatizam a importância das comunidades escolares desenvolverem uma consciência racial e de respeito às diferenças por meio das temáticas:  identidade, respeito, preconceito, diversidade étnica-racial, miscigenação brasileira, história dos negros e contribuição africana para a cultura brasileira, entre outros.

A antropóloga e professora de Sociologia Deyze dos Anjos, Especialista em promoção da Igualdade Racial na escola e Técnica de Currículo em Ciências Humanas da Seduc, tem ministrado várias palestras e formação de professores nas Unidades Escolares e Diretorias Regionais de Ensino, uma delas intitulada Caminhos para Consolidar uma Educação Antirracista no CEM Tiradentes, e explica que a secretaria trabalha em conjunto com as escolas estaduais, auxiliando na consolidação da educação antirracista já existente nas unidades de ensino, desde 2003 com o advento da lei 10.639.

“Após séculos de escravidão, avançamos muito. Mas, diante do cenário atual, onde assistimos na internet ações extremistas que fomentam a naturalização de práticas racistas através de ‘piadas e brincadeirinhas’, é mais do que necessário, é urgente resgatarmos e aplicarmos no nosso cotidiano, política e pedagogias antirracistas, e a educação tem um papel central neste processo”, ressaltou, Deyze dos Anjos.

A técnica da Seduc ressalta ainda que a meta 14, presente no Plano Estadual de Educação (2015/2025) é uma política pública, na qual o estado do Tocantins compreende a importância da educação étnica racial em todas as escolas da rede, que geralmente apresentam a culminância de seus trabalhos durante a Semana da Consciência Negra, em especial dia 20 de novembro, marco histórico da luta antirracista no país.

Para a aluna da 3ª série do Centro de Ensino Médio Tiradentes, Kaline Vitória de Rezende Morais, as falas e ações antirracistas deveriam ser constantes na vida das pessoas. “Acho fundamental a escola desenvolver atividades com esta temática, pois somos todos iguais e devemos respeitar uns aos outros”.

Escola Estadual Liberdade

A unidade de ensino, Escola Estadual Liberdade ofertou nesta sexta-feira, 18, aos estudantes dos 1º, 2º e 3º anos do ensino médio, palestra com o tema, Intolerância Religiosa. No sábado, 18, a escola conta ainda com vasta programação com apresentações de danças, poesias, sessão de cinema e demais manifestações artísticas realizadas pelos alunos, com orientação dos educadores das áreas de ciências humanas e sociais aplicadas.

A professora de história e coordenadora de área, Ana Beatriz Carvalho Baiocchi dos Santos relata que os alunos estão assumindo o protagonismo das atividades e estão engajados nas pesquisas durante toda a semana, preparando da melhor forma possível as apresentações de dança, teatro, confecção de máscara e demais manifestações que representam a temática.

Centro de Ensino Médio Taquaralto

O CEM Taquaralto teve no 1º semestre de 2022 a eletiva (unidade curricular), ‘Ruim é o teu preconceito’, e neste mês diversas atividades foram desenvolvidas pelos estudantes com objetivo de valorizar a cultura afro-brasileira.

Escola Profª. Elizângela Glória

Além das palestras e apresentações artísticas, a Escola de Tempo Integral Profª. Elizângela Glória Cardoso desenvolveu a eletiva (unidade curricular) ´Temática Negritude`. Dentre as atividades, os estudantes tiveram a oportunidade de confeccionar acessórios afros e aprenderem mais sobre o que cada um representa.

A estudante Isabelly de Souza Schossler ressalta que a metodologia do evento possibilitou maior integração e conhecimento. “As formas lúdicas de como as atividades aconteceram favoreceu a participação e o entendimento dos alunos, de que a consciência negra vai muito além, e tem todo um contexto histórico para se reconhecer e valorizar”.

A Escola Estadual Onesina Bandeira

Nesta sexta-feira, 18, a Escola Estadual Onesina Bandeira, em Miracema do Tocantins, contou com uma programação diversificada, entre palestras, apresentações de danças, desfile da beleza negra e demais manifestações artísticas culturais.

Para Maria Eduarda Ribeiro de Araújo, estudante do 7º ano do ensino fundamental, “participar do desfile e de todas as atividades relacionadas à consciência negra é uma forma de reconhecer e valorizar a história e a identidade do Brasil”.

Escola Estadual Setor Sul

Na Escola Estadual Setor Sul, em Palmas, o professor de História, Marlzonni M. M. Mauricio, incluiu a eletiva ‘A Presença Africana na Formação Nacional do Brasil`, trabalhando a temática com os estudantes da 1ª série do ensino médio.

“Eu criei essa eletiva porque eu queria que os alunos se sentissem representados. Busquei pensar em um ensino mais humanizado, que fizesse com que o aluno valorizasse essa diversidade sociocultural dos povos brasileiros e tivesse uma dimensão de como a história brasileira não é única. A metodologia que eu apliquei foi leitura e debate de textos, que retratam a matriz africana de maneira geral. Eles entenderam a importância do continente africano para a nossa formação”, relatou o professor.

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