O Representante do Tocantins no Conselho Federal de Medicina, Estevam Rivello Alves comentou a polêmica envolvendo a cessão de um aparelho de radioterapia para o Hospital do Amor, em construção no Tocantins.
O presidente do Hospital, Henrique Prata reclamou nos últimos dias do que chegou a chamar de traição por parte do secretário Edigar Tollini com relação ao aparelho. Tollini, por sua vez, negou qualquer interferência do Estado para isso. O aparelho que iria para o Hospital vai para o HGP, segundo Prata.
O representante do Conselho diz que a reivindicação do hospital merece atenção porém não concordou com a parte que Prata reclama do serviço dos médicos no Estado.
Ele chegou a dizer que o serviço no Estado é de quinta categoria. “ele comete um grave erro, quando humilha o serviço dos médicos tocantinenses, qualificando o nosso trabalho como sendo de “quinta categoria, de péssima qualidade” em comparação aos serviços que ele conhece, cuida e preside”, disse.
Veja a íntegra do posicionamento do conselheiro:
Assisti atentamente os dois vídeos do senhor Henrique Prata, presidente da Fundação Pio XII, sobre o impasse da cessão pelo Ministério da Saúde, de um acelerador linear para o Hospital Geral de Palmas (HGP) e não para o Hospital de Amor, que a fundação ergue em Palmas.
Inicialmente a fala mostra ser oportuna e em prol de uma boa causa. Evidencia uma situação que precisa ser bem definida, bem explicada detalhadamente por parte do Estado e também um envolvimento de todos (Deputados Federais, Senadores e Governo do Estado) na solução deste problema!
Acredito que todos querem o melhor para o Hospital de Amor (HA). Estamos juntos nesta causa e será excelente para nossa população, a abertura do HA, com o máximo de estrutura possível! Teremos um ganho gigantesco!
No entanto, ele comete um grave erro, quando humilha o serviço dos médicos tocantinenses, qualificando o nosso trabalho como sendo de “quinta categoria, de péssima qualidade” em comparação aos serviços que ele conhece, cuida e preside.
É uma fala inoportuna, que classifica como desqualificados aqueles que podem ser potenciais funcionários do próprio HA e, me faz pensar, que só após a implantação do HA, passaremos a ter um serviço de qualidade, quando estes que ele desqualifica, neste momento, integraria o serviço que ele pretende abrir.
Será mesmo que não temos profissionais qualificados em nosso Estado?
Nossos colegas oncologistas, radioterapeutas, cirurgiões oncológicos possuem boa formação, sendo alguns formados inclusive em Barretos, no hospital que ele chefia!
Nestes termos, o Sr Henrique Prata erra e desagrega, no momento que mais precisamos de união. Lamentável!
A meu ver, não poderia um presidente de uma entidade tão bem respeitada e qualificada ter uma atitude tão baixa e equivocada, não colaborando desta forma para resolução do problema por ele apontado!
O Dr Ismar Júnior também comentou sobre o assunto
A Radioterapia Irradiar, a qual sou sócio e o médico radioterapeuta responsável técnico do serviço realiza serviço de radioterapia para o SUS também. Não somos conhecidos como Barretos , mas fiz minha residência médica no Hospital de Câncer de Barretos e ao final da residência realizei 3 meses de estágio em Nova York no Montefiore Hospital. Declaro que a tecnologia que trabalhei lá , conseguimos trazer para nossa capital.
Os pacientes do SUS , são tratados com essa mesma tecnologia, e com todo o carinho que merecem.
Nem tudo que reluz é ouro … e o Sr Henrique insiste em não reconhecer o alto nível de excelência em serviço de Radioterapia que temos.
Enfim , um serviço privado, sem dinheiro público e honesto já existe. Esse recursos milionários talvez mereçam ser alocados aos mais necessitados.
Dr Ismar de Rezende Júnior
CRM 1504
RQE 1144