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Cresce a procura pela implantação de Energia Solar no campo

Por Antônio Neves

Com alta de 120% na procura, os sistemas de painéis fotovoltaicos fazem parte das alternativas para minimizar os custos nas propriedades rurais. A tecnologia aproveita a energia do sol para bombear água e irrigar plantações, além de alimentar máquinas e equipamentos agrícolas.

A energia solar é previsível, o que significa que as fazendas não precisam se preocupar com possíveis quedas do sistema tradicional.

Em decorrência do agravamento da crise energética do Brasil, provocada pela baixa vazão dos rios, que abastecem as hidroelétricas, tem-se elevado os custos de operação, que consequentemente são repassados aos consumidores, principalmente neste período do ano. Além das cidades, o campo também sofre. Neste contexto, o setor primário é o mais impactado, pois também é dependente da energia elétrica para tocar a produção. No campo a tecnologia é também uma forma de minimizar os custos da produção agrícola.

A energia solar pode ser a chave para reduzir os custos de produção, nas diversas atividades agrícolas, como produção de hortaliças e pecuária. Os custos operacionais são considerados altos, quando entra no cálculo, a tarifa de energia elétrica. As estratégias solares podem ajudar os agricultores a minimizar seus custos, melhorar a eficiência, autoconfiança e competitividade de preços dos produtos, uma vez que, quanto menos impactados os custos de produção menor são os preços dos produtos finais.

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O uso da energia solar tem crescido muito, graças aos investimentos dos agricultores em tecnologia. O produtor despertou para a consciência sustentável dentro da propriedade. Entre as atividades, em destaques na nova modalidade estão a avicultura, laticínios, e a agroindústria, que demandam práticas com uso intenso de energia. Nesta realidade, usar energia solar faz sentido, como uma solução prática para evitar prejuízos.

Para o engenheiro eletricista, Edicarlos Batista de Freitas, “existem dezenas de opções disponíveis hoje para o uso de sistemas fotovoltaicos na agricultura, com o aproveitamento da luz solar. Um sistema que após calcular custo benefício e no final das contas gastar pouco no geral e oferecer a capacidade de aumentar a produtividade na fazenda, é compensatório”, afirmou.

Edcarlos Batista de Freitas – engenheiro eletricista

“Atualmente o setor de geração fotovoltaico tem gerado um grande impacto positivo para os profissionais de Engenharia Elétrica. A grande maioria tem buscado se qualificar e aprofundar na área solar devido a oportunidade de geração de renda, pois este setor demanda muitos profissionais”, destacou Freitas.

Ainda de acordo com o engenheiro eletricista, “pela demanda crescente, o aconselhável é que os profissionais estejam qualificados e atualizados nas inovações e legislações específicas. Vejo o setor de geração fotovoltaico com otimismo, pois a cada ano que se passa é uma virtuosa e crescente demanda, pois o gasto dos consumidores com energia elétrica vem aumentando e paralelo a isso temos uma opção para esses consumidores que é a geração de sua própria energia, em sua propriedade. Energia esta limpa e duradoura que tem seu retorno de investimento em poucos anos”, frisou.

Regulamentação

Atualmente o setor de energia solar segue principalmente as normas regulamentadoras da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) – RN 482/12 e a 687/15, as quais estabelecem regras para o sistema de geração e distribuição. Cada concessionária tem um conjunto de normas, que estabelece parâmetros a serem seguidos, tanto pelo profissional quanto pela empresa prestadora desse serviço.


Adesão

Os benefícios e motivos para o investidor aderir ou continuar a investir em energia solar, são muitos, mas o que mais se destaca são: grande economia na conta de luz; proteção contra os aumentos de tarifa de luz; valorização da propriedade e ou imóvel; sustentabilidade e o retorno do investimento em poucos anos.

“É uma energia com baixo impacto ambiental, com instalação simples e de baixo custo em relação ao tempo de vida útil do sistema (mais de 25 anos) e o fato de poder ser utilizada como substituta da energia elétrica convencional em regiões rurais ou remotas, onde ainda não possuem rede elétrica de distribuição a torna mais atrativa. Atualmente há diversas opções de linhas de créditos disponíveis para o produtor rural interessado”, frisou Freitas.

O engenheiro orienta ainda que “os clientes que querem aderir ao sistema de geração solar, devem procurar empresas e profissionais qualificados e que estejam regulares no órgão de regulamentação Conselho de Engenharia a Agronomia (CREA) e que prestem um serviço de manutenção e de limpeza do sistema. Os produtos oferecidos devem ser aprovados, regulamentados e homologados por órgãos competente e pela concessionária de energia local. O cliente tomando esses cuidados não terá dor de cabeça com o seu sistema adquirido”, concluiu Edicarlos.

Dados

Nos primeiros seis meses deste ano, a energia fotovoltaica em propriedades rurais atingiu 142 MW de potência, uma alta de 120% frente aos 63 MW de janeiro a junho do ano passado.

Segundo a vice-presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), Bárbara Rubim, um dos motivos para esse crescimento é a sinergia entre a fonte solar e o campo. “Não só pela questão da possibilidade de economia na conta de luz, mas pela própria sinergia que existe. O produtor rural já está acostumado a utilizar o campo de forma mais eficiente e enxerga que além de utilizar a terra para o plantio, ele pode utilizá-la para instalar um sistema fotovoltaico e gerar energia, potencializando o uso de sua propriedade”, explicou.

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