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Crise e desemprego: Brasileiro vende até favor para ter renda extra

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Você já parou para pensar que pode ganhar dinheiro fazendo um favor para alguém? Oi? Como assim?

Simples. Pense nas vezes em que você maquiou uma amiga, ajudou seu primo com um trabalho da escola, buscou o sobrinho na aula ou editou um vídeo ou uma foto para alguém.

Pois é, tem gente que cobra por isso e transforma os pequenos favores em uma forma de renda extra.

Foi o caso da Bia Barros. Após anos trabalhando na área de marketing, ela resolveu se dedicar exclusivamente à maternidade e percebeu que muitas mães não tinham tempo para levar os filhos pra escola e para atividades extracurriculares.

“Vi que havia essa procura de mães que eu conhecia para levar crianças para atividades que minha filha já fazia”, conta. Essa foi a forma de Bia levantar uma grana extra ainda mantendo sua rotina de mãe junto da filha.

Depois de se comprometer a levar algumas crianças para a escola junto da filha, Bia foi “aumentando” os serviços e hoje conta com sete clientes fixos, que leva e busca de aulas e cursos, e alguns esporádicos. “Demanda existe. Se eu pegasse todos que vêm até mim, estaria ganhando muito bem”, diz.

A “cobrança” por serviços com cara de favor é uma tendência, afirma Renan Pieri, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) especializado em economia do trabalho. Existem, inclusive, sites criados para isso. Um dos mais famosos é o Vinteconto. Como o próprio nome sugere, nele você oferece qualquer tipo de serviço (desde que não seja ilegal, claro) por R$ 20.

E é qualquer tipo de serviço mesmo! Desde trabalhos de designer como criação de logo e banner, edição de vídeo e artes para redes sociais até aquela “ajudinha” no perfil do Instagram ou Facebook, como edição de fotos para te deixar mais bonito e até a venda de curtidas nas postagens.

Anúncios como “Faço seu trabalho escolar”, “Coloco seu TCC nas regras da ABNT” e “Traduzo seus textos”, “Te emagreço nas fotos do Instagram” por exemplo, são comuns no site.

Nas próprias redes sociais, não é difícil encontrar pessoas oferecendo serviços ou vendendo produtos “alternativos”, como os “selinhos” de supermercados como Pão de Açúcar e Extra (que podem ser trocados por brindes), moedas das Olimpíadas e (pasme!) lugares em filas para shows.

Para o professor Pieri essa tendência é fruto de dois movimentos: o desemprego e o avanço da tecnologia.

“A crise econômica criou uma disposição das pessoas a procurar trabalho em várias oportunidades, buscando situações em que possam ter alguma renda, mesmo que não sejam permanentes”, afirma.

Além disso, o professor explica que os avanços tecnológicos permitiram uma aproximação maior entre pessoas que buscam serviços e profissionais que os prestam e facilitaram essa interação.

“A tecnologia facilitou o processo e trouxe mais facilidade nos meios de pagamento. É só pensar que hoje em dia todo mundo tem uma maquininha de cartão, há possibilidade de pagamentos online também. Tudo isso facilitou essas situações”, diz.

O professor afirma, porém, que ainda não há uma conclusão sobre qual seria a maneira mais adequada de formalizar esses serviços que, por enquanto, ainda funcionam como uma troca de favores.

“Esse movimento é positivo no sentido que gera renda para quem não estava tendo nada e uma renda extra que não existiria seguindo padrões habituais de trabalho. Isso coloca dinheiro na economia. Mas precisamos discutir como incluímos esses trabalhos, e também outros como motorista de aplicativo na economia formal e dar mecanismos de proteção para aquele prestador de serviço”, diz.

Uma alternativa seria o cadastro desses prestadores de serviços como microempreendedores individuais (MEI). Para isso, o profissional precisa fazer um cadastro online e pagar, mensalmente, uma contribuição para o governo que garante direitos e benefícios.

Para ser MEI, você precisa trabalhar por conta própria, faturar no máximo R$ 81.000 por ano e não ter participação em outra empresa como sócio ou titular. Aqui tem uma lista de atividades que um MEI pode exercer.

Não ganho, mas não gasto

A tecnologia traz, ainda, a possibilidade de você não pagar por determinados serviços. Como? Trocando por outros.

Em grupos do Facebook não é difícil encontrar propostas de pessoas “permutando”.

E, claro, também há sites para isso. Um deles é o Tradaq. Nele, você coloca o que você oferece (que pode ser um produto ou serviço) e troca por outra coisa que você esteja querendo ou precisando.

Se você dá aulas de violão e quer estudar inglês, por exemplo, você pode encontrar um professor que te ensine a língua americana e que receba em troca as suas aulas de violão.

Seja vendendo coisas, oferecendo serviços ou fazendo trocas você está exercendo a economia criativa, que sai um pouco do conceito tradicional de: eu produzo algo, vendo-o novinho em folha e você me paga, quase sempre em dinheiro.

Essa nova forma de se relacionar economicamente é moderna, flexível, inclusiva, além de ser ambientalmente e socialmente positiva. O planeta e as pessoas agradecem.

Fonte: Valor Investe via Globo.com

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