Cuba anunciou nesta quarta-feira que não seguirá participando do programa Mais Médicos, que durante cinco anos tem enviado especialistas de saúde da ilha ao Brasil, depois que o presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou que irá modificar os termos de colaboração da iniciativa.
“O presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, com referências diretas, depreciativas e ameaçadoras à presença de nossos médicos, tem declarado e reiterado que modificará os termos e condições do programa Mais Médicos, com desrespeito à Organização Pan-Americana da Saúde e ao que foi acordado por esta com Cuba”, disse a televisão estatal cubana, lendo comunicado do Ministério de Saúde de Cuba.
Em evento em Brasília de governadores eleitos, o general da reserva do Exército Augusto Heleno, que fará parte do futuro governo de Bolsonaro, afirmou que cabe aos Ministérios da Saúde e de Relações Exteriores se manifestarem. “Não sou eu quem vai falar disso”, disse a jornalistas.
O próprio Bolsonaro foi ao Twitter na tarde desta quarta para afirmar que o governo cubano não aceitou suas condições para a manutenção da ilha no Mais Médicos, entre elas o pagamento integral dos salários aos profissionais cubanos que atuam no país. De acordo com o presidente eleito, a maior parte dos vencimentos tem como destino a “ditadura” da ilha caribenha.
“Condicionamos à continuidade do programa Mais Médicos a aplicação de teste de capacidade, salário integral aos profissionais cubanos, hoje maior parte destinados à ditadura, e a liberdade para trazerem suas famílias. Infelizmente, Cuba não aceitou”, escreveu Bolsonaro na rede social.
Fonte: Extra via Globo.com