Delação: Eduardo Siqueira diz que apenas buscou apoios para aliados: “não há o que se falar em caixa 2”
Maju Cotrim
Uma delação feita por Mario Amaro da Silveira, ex-presidente da Saneatins, indica que cinco políticos receberam dinheiro da Odebrecht para as eleições municipais de 2012 no Tocantins. Ao todo, a empresa teria repassado R$ 650 mil a pedido do ex-secretário de relações institucionais do governo do Tocantins, Eduardo Siqueira Campos.
Teriam recebido parte desse recurso os prefeitos de Gurupi, Laurez Moreira (PSB), e de Araguaína, Ronaldo Dimas (PR). Além de Marcelo Lelis (PV), que foi candidato à Prefeitura de Palmas, Zélia Ribeiro e Eronildes Teixeira, ambos candidatos em Taguatinga.
As denúncias constam na petição 6813, que integra a operação Lava jato, e devem ser investigadas pelo Tribunal Regional Federal (TRF). No depoimento, Silveira diz que foi procurado por Eduardo Siqueira em junho de 2012 pedindo R$ 1 milhão para fortalecer a base do governo nas prefeituras.
Em nota, o deputado Eduardo Siqueira Campos disse que não “há o que se falar em Caixa 2” e que apenas buscou apoio para aliados.
Veja a íntegra da nota com as explicações do deputado Eduardo Siqueira Campos:
Nota
Após tomar conhecimento de todos trechos dos depoimentos dos executivos da Odebrecht, pode-se concluir que, referente às eleições de 2012, o deputado Eduardo Siqueira Campos apenas cumpriu seu papel de articulador político do Governo ao buscar apoio aos candidatos apoiados por seu grupo político. No depoimento, fica comprovado que o deputado Eduardo Siqueira apenas indicou os candidatos apoiados à empresa, solicitando que ela procurasse diretamente os mesmos. Cabe ressaltar que em 2012, a legislação eleitoral permitia a doação de campanha por parte de empresas.“Cabia somente à empresa definir a forma como seria feita a contribuição e ela foi feita diretamente aos candidatos”.
O deputado também destacou que ficou comprovado que os executivos nunca se encontraram com o ex-governador Siqueira Campos e que qualquer menção ao nome dele é indevida, injusta e inverídica.
Sobre as eleições de 2014, o deputado Eduardo Siqueira Campos declarou que, como ficou claro no depoimento, ele já não mais integrava o governo e estudava apenas a viabilidade de uma possível candidatura e optou por realizar pesquisas para análise de cenário político eleitoral, que foram pagos diretamente a agência de publicidade e propaganda em São Paulo .
Como não estávamos ainda no dito período eleitoral, não há que se falar em caixa 2, uma vez que o calendário eleitoral só se iniciaria, para fins de prestação de contas de campanha das despesas realizadas, após a abertura do comitê financeiro em 5 de julho. Finalmente, o deputado concorda que o depoente Mário Amaro foi verdadeiro em suas palavras, que realmente o recebeu em sua residência, de acordo com o depoente , até porque jamais o faria em repartições públicas. Existem apenas algumas pequenas divergências, já que o deputado jamais foi a São Paulo, assim como não pediu recursos para a campanha da candidata a prefeita, Zélia Ribeiro, esposa do ex-deputado Paulo Roberto. Não tendo sido candidato ao governo,de acordo com o outro depoente Fernando Cunha Reis, os valores foram transferidos ao novo candidato.
A expressão “canário” referia-se portanto a “candidato” a governador, tanto que logo em seguida denominaram o “novo canário o novo candidato, quem de fato disputou o cargo de Governador. Nenhuma conduta do deputado contrariou a legislação eleitoral e será indubitavelmente arquivada.