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Dentre homicídios e disputa de poder entre facções criminosas: os números da Operação Paz no Tocantins


A Operação Paz contabiliza mais de 100 dias de ações no Tocantins. Em coletiva à imprensa realizada na manhã desta quarta-feira, 20, na Capital, as forças de segurança apresentaram os resultados dos trabalhos desenvolvidos ao longo desses 110 dias. A ação é coordenada pela Secretaria Nacional da Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) por meio do Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas. A Operação Paz teve início no dia 1º de setembro e segue até o próximo dia 31 de dezembro.

No Estado, a Operação Paz concentra esforços da Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal para a realização de ações de inteligência, investigação, repressão e prevenção das ocorrências de mortes violentas intencionais, com o objetivo de diminuir os índices. Para operacionalização dos trabalhos no Tocantins, o MJSP investiu mais de R$ 5 milhões.

 

O secretário da Segurança Pública, Wlademir Mota Oliveira, destacou que a operação tem sido um sucesso e alcançou seu principal objetivo, a redução das mortes intencionais. “Apesar de termos tido um ano com um aumento no mês de maio, nesse tipo de crime, de modo geral, fechamos o ano com redução de 13%, se comparado com o ano passado. E se compararmos o 1º semestre de 2023 com o 2º, a redução foi ainda mais significativa. Saímos de 239 homicídios no primeiro semestre para 86, uma redução de mais de 60% de um semestre para o outro. Isso mostra que a sociedade pode confiar nas forças de segurança, que estamos prontos para agir”, reforçou.

 

Na capital Palmas, os números foram mais expressivos. De 1º de janeiro a 30 de junho deste ano, ocorreram 96 homicídios em Palmas, dos quais 70%, como demonstrado pelas investigações, ocorreram no âmbito de disputa de poder entre facções criminosas. Já de julho até a presente data, foram registradas 22 mortes violentas intencionais, uma redução de mais de 77% entre os semestres.

 

Na ocasião, representando o comandante-geral da PM, Coronel Márcio Barbosa, o comandante do Policiamento da Capital, Coronel Francinaldo Bó, destacou ainda a atuação conjunta entre as forças, para o sucesso das ações. “Foram mais de 41 mil ações policiais desenvolvidas nesses quatro meses de Operação, as quais resultaram não somente na redução no número de homicídios, mas também na diminuição de outros crimes como roubo e tráfico de drogas, e isso se deve ao trabalho integrado entre as forças de segurança”, pontuou.

Municípios

Por meio dos setores de Inteligência da Polícia Civil e da Polícia Militar, foi possível identificar quais municípios demandam maior atenção das forças de segurança. As ações e efetivos foram, então, direcionados para essas localidades. As principais cidades do Estado, Palmas, Araguaína e Gurupi, e os municípios de Porto Nacional, Paraíso, Colinas e Miracema receberam o maior número de ações.

 

Conforme explicou a Chefe de Planejamento de operações da Polícia Militar, Tenente-Coronel Cristina Rodrigues, 575 policiais militares atuaram nas ações. “Movimentamos os policiais dos municípios que tinham menor criminalidade para as áreas de maior mancha criminal, ou seja, levamos os policiais para onde era mais necessário, mas sem prejuízo para os demais municípios”, disse.

 

No período, a Polícia Militar apreendeu 101 armas, entre armas de fogo e armas brancas, além de 562 munições. Foram realizadas ainda 25.613 abordagens a pessoas, sendo que destes, 75 foram conduzidos suspeitos de crimes.

 

Prisões

Até o momento, 175 prisões foram realizadas pela Polícia Civil, sendo 35 prisões por Mortes Violentas Intencionais, que incluem homicídio, latrocínio, feminicídio e morte por agente público. Sete apreensões de menores também foram realizadas.

 

Ao todo, 862 policiais civis foram envolvidos nas ações que aconteceram também no âmbito administrativo, com a distribuição de inquéritos policiais para maior celeridade nas investigações.

 

O delegado-geral da Polícia Civil Claudemir Luiz Ferreira destacou que, no período, 441 inquéritos foram concluídos. “Além das diligências, nós também fizemos uma força-tarefa nas delegacias para dar mais celeridade nos inquéritos que estavam em andamento e tivemos um resultado espetacular. Destes, 150 inquéritos já têm autoria definida. Estamos falando dos crimes de homicídio que, por sua natureza, têm sua investigação mais demorada, chegando às vezes a demorar um ano, e conseguimos nesses quatro meses dar respostas a pelo menos 150 famílias. E isso é uma satisfação, de poder dar resposta para essas famílias”, ressaltou.

 

Outros dados

O combate ao tráfico de drogas também foi intensificado no período, tendo como resultado a apreensão de mais de 350 kg de drogas. As ações da Operação Paz também chegaram aos presídios, por meio de revistas, no qual houve apreensão de cinco simulacros de arma de fogo.

 

Dia D

Nesta terça-feira, 19, as forças de segurança realizaram mais um Dia D da Operação Paz, que resultou no cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão, bem como prisões em flagrante nas cidades de Palmas, Miracema do Tocantins, Porto Nacional e Peixe. Além da incineração de cerca de 50kg de entorpecentes realizada em uma cerâmica em Porto Nacional.

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