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Desmatamento da Amazônia aumentou 15% em 12 meses, diz instituto

Desmatamento na Amazônia — Foto: Paulo Whitaker/Reuters

O desmatamento da Amazônia monitorado pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) aponta um aumento de 15% na área desmatada nos últimos 12 meses, em relação ao período anterior. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (16) pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), responsável pelo SAD.

No acumulado de agosto de 2018 a julho de 2019, o desmatamento totalizou 5.054 km².

“Somente no último mês de julho, o desmatamento da Amazônia Legal foi 66% maior do que em julho de 2018, chegando a 1.287 km ²”, segundo o Imazon.

A área da Amazônia Legal abrange nove estados: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e parte dos estados de Mato Grosso, Tocantins e Maranhão.

Enquanto o termo “desmatamento” se refere à retirada completa da vegetação (o chamado “corte raso”), a palavra “degradação” diz respeito a uma diminuição da cobertura vegetal, ou um “raleamento” das florestas.

A degradação costuma ser causada pela extração de madeira ou por queimadas. Segundo o Imazon, as florestas degradadas em julho de 2019 cobriram 135 km², o que representa redução de 62% ante julho de 2018, quando somaram 356 km².

O que é o SAD

O SAD é um dos sistemas mais usados para monitorar o desmatamento da Amazônia, juntamente ao Prodes e o Deter, que são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O SAD também usa imagens de satélites.

O objetivo é ter um registro mensal do desmatamento e também da degradação florestal, combinando imagens produzidas por diferentes satélites: Landsat 7, Landsat 8, Sentinel 1A e 1B e Sentinel 2A e 2b.

O SAD foi desenvolvido pelo Imazon em 2008 para produzir alertas independentes sobre o desmatamento.

Com a combinação das imagens desses satélites, o SAD observa as mesmas áreas a cada 5 a 8 dias. Nas áreas com tamanho a partir de 1 hectare, o sistema detecta desmatamentos com detalhes de 20 a 30 metros.

Segundo o Imazon, o sistema também monitora as florestas através de nuvens. E acompanha somente as “florestas primárias”, ou seja, aquelas que não foram restauradas ou regeneradas.

Outros sistemas

  • Deter

O Deter é usado desde 2004 para detectar o desmatamento em “tempo real” em áreas maiores do que 3 hectares (30 mil m²). O sistema serve de alerta para dar apoio a ações de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e não deve ser entendido como taxa mensal de desmatamento. A cobertura de nuvens, intensa na região amazônica, pode impedir que uma área de devastação seja identificada no mês que ela ocorre, e só apareça quando a visibilidade melhorar.

A identificação do desmatamento é feita com base no padrão de alteração da cobertura, como cor, tonalidade, textura, forma e contexto. O sistema permite classificar a alteração como desmatamento, degradação ou exploração madeireira.

As imagens usadas são do satélite sino-brasileiro CBERS-4 e do sensor AWiFS, que tem 64 metros de resolução espacial. O satélite indiano IRS, com 56 metros de resolução (mais uma vez, dimensões mínimas para que um desmatamento seja identificado), também é usado na contabilização dos dados.

  • Prodes

No Prodes, o levantamento é feito sistematicamente desde 1988. Ele levanta as taxas anuais de desmatamento. Os cálculos ocorrem durante os períodos de seca, quando há pouca formação de chuva na região, já que as nuvens atrapalham a visibilidade dos satélites.

São usadas aproximadamente 220 imagens do satélite americano Landsat-5/TM, que tem de 20 a 30 metros de resolução espacial (ou seja, cada ponto da imagem corresponde a uma área de 400 a 900m²). Os mesmos pontos do mapa são revistos a cada 16 dias, para minimizar o problema da cobertura de nuvens.

O Prodes também usa imagens do satélite sino-brasileiro CBERS 4, lançado em 2014, e do satélite indiano IRS-2, enviado pelo governo da Índia em 2010.

Fonte: G1

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