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Dia do Cerrado: como a filantropia comunitária pode ajudar a conservar o bioma

Banhado pelos rios Araguaia, Javaés e do Côco, Parque do Cantão tem mais de 800 lagos e une biomas Cerrado, Floresta Amazônica e Pantanal - Foto: Flávio Cavalera / Governo do Tocantins

Com o objetivo de debater e apresentar exemplos práticos de filantropia pela justiça socioambiental no contexto da preservação do Cerrado, a Rede Comuá, o Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), o Fundo Casa Socioambiental e a Rede Cerrado promovem,  no próximo dia 15,  o “Diálogo sobre a Importância da Filantropia Comunitária na Conservação do Cerrado e da Cultura dos Seus Povos” durante o X Encontro e Feira dos Povos do Cerrado, em Brasília.

O Cerrado é o bioma mais ameaçado do Brasil, com desmatamento recorde em 2023. Berços das águas, abastece oito das principais bacias hidrográficas do país. Abriga 5% da biodiversidade do planeta e é casa para povos e comunidades tradicionais, que nele encontram seus sustento e plantam sua cultura.

Os alertas do Deter, sistema de monitoramento do desmatamento  do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), aumentaram em 21% no primeiro semestre. Entre agosto de 2022 e julho deste ano, mais de 6.300 quilômetros quadrados foram desmatados, a maior parte deles na região do Matopiba, que abrange Maranhão, Tocantins,  Piauí e Bahia.

Neste cenário, a filantropia comunitária e a justiça socioambiental, que propõem a adoção de práticas que democratizam o acesso a recursos, investindo em movimentos e iniciativas com atuação direta na luta por direitos humanos e nos territórios, despontam como uma forma de apoiar movimentos e organizações que atuam para  a conservação do Cerrado .

Um exemplo da contribuição da filantropia comunitária na conservação do Cerrado é o

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Um exemplo da contribuição da filantropia comunitária na conservação do Cerrado é o projeto “Mulheres Guardiãs das Sementes que geram Vida”, no Rio Arrojado, oeste da Bahia, região com as maiores taxas de destruição do Cerrado. O objetivo do projeto é fortalecer a organização de mulheres camponesas por meio da produção de alimentos saudáveis e resgate de sementes crioulas. A iniciativa foi uma das contempladas no 36º edital do Fundo para a Promoção de Paisagens Produtivas Ecossociais (PPP-ECOS), anunciado em junho, pelo ISPN, uma das organizações integrantes da Rede Comuá.

 

CONVITE

A diretora superintendente do ISPN, Cristiane Azevedo, destaca que a ideia da mesa de diálogo é ampliar o debate entre os vários setores da sociedade civil. “O convite é para mais pessoas, organizações, empresas, institutos e fundações conhecerem essa forma de fomentar a transformação social, a partir do apoio a organizações de base em suas lutas nos territórios para garantir o acesso a direitos e fortalecer a sociedade civil, o protagonismo comunitário e a própria democracia”, destaca Cristiane.

O apoio a organizações de base que atuam em lutas nos territórios indígenas, quilombolas e tradicionais do Cerrado, de modo a garantir a todos o acesso a direitos e o  fortalecimento das suas tradições, lutas e saberes, torna-se um caminho possível contra o avanço da degradação do bioma.

Para Jonathas Azevedo, assessor de programas da Rede Comuá, a filantropia comunitária e de justiça socioambiental no Brasil exerce um papel chave no apoio a muitas dessas agendas invisibilizadas pela filantropia mainstream, colocando no centro do debate as comunidades que estão na linha de frente do avanço da agenda de direitos, inclusive enfatizando as interseccionalidades que atravessam a pauta ambiental, climática e de direitos humanos.

“A luta pela preservação e proteção do Cerrado é um exemplo claro disso. Este evento, então, é também um chamado para a filantropia nacional, que pode, e deve, contribuir nesta luta, escutando ativamente e aprendendo com os trabalhos já realizados pelas diversas comunidades do Cerrado”, explica Jonathas

Já a diretora executiva do Fundo Casa, Cristina Orpheu, ressalta  a relevância das inúmeras comunidades indígenas, quilombolas e grupos tradicionais que mantêm uma ligação profunda com o ecossistema. “Suas formas de vida, saberes ancestrais e tradições culturais estão intrinsecamente ligados aos recursos naturais do Cerrado. Infelizmente, essas comunidades têm sofrido enormes violações de seus direitos, especialmente em seus direitos territoriais”, comenta  Cristina.

Segundo ela, o Fundo Casa Socioambiental compreende o protagonismo de luta dessas comunidades do Cerrado e reconhece a importância de direcionar recursos financeiros para que elas possam conceber e implementar seus projetos de maneira autônoma e eficaz. “Temos realizado um esforço para aumentar os recursos destinados às comunidades do Cerrado”, completa.

A Mesa de Diálogo sobre a Importância da Filantropia Comunitária na Conservação do Cerrado e da Cultura dos Seus Povos faz parte da programação do dia do Cerrado, comemorado no dia 11 de setembro e do Mês da Filantropia que Transforma, uma iniciativa da Rede  Comuá.

 

SERVIÇO

O que: Mesa “Diálogo sobre a Importância da Filantropia Comunitária na Conservação do Cerrado e da Cultura dos Seus Povos”

Data: Dia 15 de setembro, das 9 às 13 horas

Onde: X Encontro e Feira dos Povos do Cerrado, na Torre de TV, em Brasília – DF, Tenda Campos Rupestres

 

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Contato para a imprensa: Letícia Verdi / ISPN – 61 986287879

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