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Diesel já ultrapassa Gasolina: aumento de 36% impacta preços de todo mercado

O Brasil fez leilão de 72 blocos de exploração de petróleo desde 2016 - Agência Petrobras

Por Marco Jacob

Petrobras deixou de ser uma empresa que atende a população brasileira e passa a atender o interesse de grupo de acionistas predominantemente estrangeiros.

A empresa registra novamente lucros acima de valores praticados no mercado internacional e fatura R$ 44 bilhões, com recorde de distribuição de dividendos (lucros) de R$ 48 bilhões de reais aos acionistas.

Uma das empresas de petróleo mais rentáveis do mundo (ver figura), com margem líquida de 31,5%. Isso às custas dos consumidores e fugindo totalmente da sua função social de empresa responsável pelo impacto direto nos custos de logística e distribuição de produtos e consequentemente no valor final dos mesmos em um país ainda dependente do arcaico transporte rodoviário.

Para compensar as empresas estão colocando nas estradas caminhões acima do peso (por eixo) que as estradas brasileiras foram projetadas para suportar. O que gera ainda mais prejuízos aos cofres públicos e aos consumidores que pagam três e até quatro vezes a conta:

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1. Com o valor alto dos combustíveis;

2. Com o impacto do alto custo da logística e transporte dos produtos;

3. Com a valor da destruição das estradas brasileiras, destruídas pelos caminhões com sobrepeso por eixo;

4. Com eventuais danos aos veículos em decorrência das péssimas condições que todo esse transporte rodoviário impacta.

Fora da realidade internacional acionistas estão rindo com os ganhos enquanto e os consumidores choram.

O governo federal pode sim regular os preços e lucros da Petrobras, já que ele quem indica o presidente da empresa e a maior parte do Conselho de Administração.

Essas instâncias de governança podem sim mudar estratégias da empresas, inclusive sua política de preços e podem manter e ajustar lucros aos moldes internacionais para que os valores praticados na bomba de combustíveis não sejam tão impeditivos aos consumidores.

Veja a tabela abaixo:

O preço médio de venda de diesel da Petrobras para as distribuidoras passou de R$ 4,51 para R$ 4,91 o litro, um aumento de R$ 0,40 ou 8,8%. Segundo a empresa, esse é o primeiro reajuste do combustível em 60 dias, ou seja, desde o início da disparada dos preços dos combustíveis no dia 11 de março

Há cerca de dois meses, essa alta do preço para as distribuidoras foi de 24,9%, indo de R$ 3,61para R$ 4,51 o litro. Se compararmos o preço do diesel no dia 10 março, que ainda era R$ 3,61, com o novo aumento em 10 de maio, R$ 4,91, o litro do combustível subiu R$ 1,30, disparada de 36%.

A empresa justifica a elevação com o argumento de que o balanço global de diesel está sendo impactado, nesse momento, por uma redução da oferta frente à demanda.

“Os estoques globais estão reduzidos e abaixo das mínimas sazonais dos últimos cinco anos nas principais regiões supridoras. Esse desequilíbrio resultou na elevação dos preços do diesel no mundo inteiro, com a valorização deste combustível muito acima da valorização do petróleo. A diferença entre o preço do diesel e o preço do petróleo nunca esteve tão alta”, informa a Petrobras em nota.

 

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